Passo Fundo: dois denunciados pelo MPRS vão a júri por triplo homicídio de integrantes da mesma família
Na próxima terça-feira, dia 13 de agosto, um homem e uma mulher denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) serão julgados pelo Tribunal do Júri em Passo Fundo. Eles respondem por triplo homicídio de integrantes da mesma família, ocorrido dia 19 de maio de 2020 no município do Norte do Estado. O homem, que tem hoje 46 anos de idade, está no sistema prisional, e a mulher, atualmente com 24 anos de idade, responde ao processo em liberdade.
As vítimas são Diênifer Padia, 26 anos, o cunhado dela, Alessandro dos Santos, 34 anos, e a sobrinha dela, Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos. Eles estavam na mesma casa quando homens armados ingressaram no local, amarraram todos e os estrangularam com lacres de plástico. Os réus são o ex-chefe de Diênifer, um proprietário rural da cidade de Casca que teve um relacionamento extraconjugal com ela e, posteriormente, um filho, além de uma mulher que ajudou no crime ao se aproximar da vítima e repassar informações aos criminosos.
Conforme a denúncia do MPRS, o réu e a esposa dele, que está foragida, foram os mandantes do crime após ela descobrir a traição e o nascimento da criança. Fatos que levaram à demissão da jovem em Casca e o retorno dela para sua casa, em Passo Fundo. Também está foragido um cunhado do réu, apontado por ajudar no delito. Eles ofereceram recompensa pela morte de Diênifer. Um ex-policial militar, também foragido, foi o responsável por contratar os dois homens armados que invadiram a residência da vítima.
Em relação ao cunhado e à sobrinha de Diênifer, segundo a denúncia, eles foram mortos como queima de arquivo para que o crime não tivesse testemunhas, já que os três, junto com a irmã da Diênifer, moravam na mesma casa. A vítima deixou três filhos pequenos. O promotor de Justiça Fabrício Gustavo Allegretti, designado pelo Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MPRS, irá atuar em plenário. Segundo ele, “o Ministério Público irá apresentar as provas obtidas ao longo da tramitação de todo o processo e da investigação feita pela Polícia Civil, no que acredita ter o acolhimento da pretensão que foi objeto de descrição na denúncia apresentada”.
O promotor Fabrício Allegretti ainda destaca que os dois réus respondem pelo homicídio de Diênifer por motivo fútil e emprego de asfixia, além de dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. Em relação ao cunhado e à sobrinha dela, os acusados respondem pelos dois homicídios por assegurar a impunidade de outro delito, emprego de asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Fotos: Arquivo pessoal