Viamão: acusado pelo MPRS é condenado por tentativa de feminicídio contra ex-companheira
Em júri realizado na terça-feira, dia 30 de julho, em Viamão, um homem acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foi condenado a 16 anos de prisão por tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira com cumprimento inicial em regime fechado. O Conselho de Sentença acolheu integralmente a tese da promotora de Justiça Doraní Borges Medeiros, que atuou em plenário. O réu já se encontrava no sistema prisional.
Segundo ela, a tentativa de homicídio teve quatro qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e a questão de gênero em si. O MPRS havia denunciado o agressor por tentar matar a sua ex-companheira, mãe de sua filha de dois anos de idade. Em novembro de 2020, ele carregou a vítima para um local isolado, em Viamão, e a agrediu com golpes de capacete, além de chutes e socos. O criminoso ainda asfixiou a mulher, mediante estrangulamento. O motivo do crime foi a não aceitação da separação do casal e o sentimento de posse que nutria em relação à vítima.
“Foi um crime bárbaro. O réu agrediu a vítima em três locais diferentes. A cada vez que alguém os via e tentava intervir, ele mudava de local. Os golpes foram principalmente no rosto, deixando-a desfigurada na oportunidade. Até hoje, ela suporta as consequências do crime, pois teve o nariz fraturado, perda parcial de visão, perda de dentes e deformidade permanente na face. Crimes desta espécie merecem ser severamente punidos até que haja uma mudança cultural capaz de assegurar às mulheres sua liberdade de escolha em relação à continuidade ou não de seus relacionamentos afetivos, sem que isso implique risco a sua sobrevivência”, diz Doraní.
A promotora ainda informa que vai recorrer na Justiça sobre a não fixação de indenização mínima para a vítima.