Sapucaia do Sul: dois acusados pelo MPRS são condenados por deixar adolescente paraplégico há quase 15 anos
Em júri ocorrido nesta quinta-feira, dia 25 de julho, em Sapucaia do Sul, dois integrantes de facção, acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), ambos com extensa ficha criminal já naquela época, foram condenados por deixar adolescente paraplégico há quase 15 anos, no dia 25 de novembro de 2009. O fato ocorreu durante intensa troca de tiros entre os criminosos em um posto de combustíveis às margens da BR-116.
O adolescente, que tinha 16 anos na época, estava comendo um lanche no local após sair do trabalho com o pai, um mecânico, que abastecia o carro no local. Na ocasião, dois homens chegaram em uma moto e começaram a colocar munição em suas armas.
Logo após, chegou um terceiro homem, em outra moto, e passou a atirar contra os outros dois. Houve um tiroteio e, segundo a denúncia do MPRS, o homem que estava na carona da primeira motocicleta também foi baleado. O jovem viu esta cena e se levantou para ir em direção ao pai, mas um dos homens implicou com a vítima e atirou. O pai do adolescente, em meio aos disparos, socorreu o filho e o homem baleado, levando ambos para o hospital. Com a investigação, dois homens foram presos e, posteriormente, foram denunciados junto com o homem baleado por tentativa de homicídio qualificado.
SENTENÇA
O promotor Francisco Saldanha Lauenstein foi designado pelo MPRS para atuar no Tribunal do Júri. Segundo ele, os três réus respondiam, cada um, por duas tentativas de homicídio, já que, além do adolescente ter sido baleado só por estar no local onde houve o ataque mútuo, eles trocaram tiros entre si. Em relação ao homem que atirou no adolescente, deixando-o paraplégico, a condenação foi de 15 anos e quatro meses de prisão em regime inicial fechado.
O segundo réu, que estava na segunda moto recebeu uma pena de nove anos e quatro meses de reclusão. Foi ele quem atirou no carona da primeira motocicleta. E, em relação a este último réu, que ficou baleado, foi decidido pela absolvição. O MPRS informa que não vai recorrer desta decisão, somente quanto à pena do homem da segunda motocicleta, pois o Juízo deixou de aplicar a agravante da reincidência.
Além disso, Lauenstein lembra que foi emocionante o depoimento da vítima, que atualmente está em uma cadeira de rodas. Depois de ficar paraplégico, quando ainda era um adolescente, teve várias complicações e infecções, com a família acumulando dívidas para pagar medicamentos e tratamentos. Mesmo assim, o promotor destaca que foi uma história de superação que sensibilizou a todos no plenário. Segundo Lauenstein, a vítima hoje é um exemplo de vida e conquistou um sonho, se formar no curso de informática e trabalhar na área de TI, além de integrar uma banda de rock.