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Caso Priscila: a pedido do MPRS, quinto acusado é preso após testemunha apontar em audiência quem matou enfermeira em Alegrete

Caso Priscila: a pedido do MPRS, quinto acusado é preso após testemunha apontar em audiência quem matou enfermeira em Alegrete

ceidelwein

Em audiência judicial ocorrida na terça-feira, dia 25 de junho, em Alegrete, uma das testemunhas do processo sobre extorsão e sequestro, que resultou na morte de Priscila Ferreira Leonardi, de 40 anos, revelou qual dos envolvidos teria matado a vítima. Após pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o acusado, que é o quinto envolvido neste caso, teve prisão preventiva decretada e foi preso na quarta-feira, 26, no município pela Brigada Militar, sendo encaminhado ao presídio do município da Fronteira Oeste.

De acordo com a promotora de Justiça Rochelle Jelinek, o homem detido foi um dos nove investigados denunciados pelo MPRS em novembro do ano passado. No entanto, a denúncia foi recebida somente em relação a quatro deles, que se tornaram réus neste caso, e desde então se encontram no sistema prisional.

A enfermeira desapareceu dia 19 de junho de 2023, após vir da Irlanda para o Brasil com o objetivo de resolver pendências dos bens do inventário do seu pai. Um familiar dela acreditava que a vítima possuía grande quantia em dinheiro em suas contas bancárias e, então, teria acionado integrantes de uma organização criminosa para sequestrar e extorquir Priscila. Mas o plano acabou dando errado e a enfermeira foi morta durante o sequestro, sem conseguirem sacar dinheiro das contas bancárias da vítima. O corpo dela foi encontrado às margens do Rio Ibirapuitã no dia 6 de julho. A perícia concluiu que ela foi morta por espancamento e estrangulamento.

Mesmo com oitiva de testemunhas, dezenas de medidas cautelares como quebras de sigilo bancário, fiscal, interceptações telefônicas, mandados de busca e apreensão de celulares, extração de dados telemáticos de mensagens, na época, não foi possível apurar qual dos nove investigados tinha sido o responsável pela morte da vítima. A promotora diz que o depoimento da testemunha em juízo, há dois dias, surpreendeu a todos. A testemunha relatou que o acusado, que seria o responsável pela vigília de Priscila no cativeiro, tentou estuprá-la e acabou matando-a.

Segundo a promotora, a revelação só ocorreu agora porque a testemunha temia represálias por parte da facção. O homem preso vai responder pelos mesmos crimes dos outros quatro réus: extorsão qualificada com restrição da liberdade da vítima e resultado morte, além de ocultação de cadáver. Não é um caso em que os acusados serão julgados pelo Tribunal do Júri. No entendimento do MPRS, o objetivo principal dos envolvidos era extorquir dinheiro da vítima, que acabou morrendo durante o sequestro, o que elimina um caso de homicídio propriamente dito (quando o objetivo principal é de matar).

“É o que a gente entende por adequação ou enquadramento da conduta criminosa à lei. No crime de homicídio, o investigado tem o objetivo principal de matar a vítima. Neste caso da Priscila, porém, o objetivo principal do grupo era extorqui-la, mas o plano criminoso deu errado, ela acabou morta e não conseguiram sacar o dinheiro que havia nas contas bancárias dela. O objetivo desde o começo era extorqui-la e por isso respondem por extorsão com resultado morte”, ressalta a promotora de Justiça Rochelle Jelinek.

A promotora ainda destaca que a pena da extorsão com resultado morte, de 24 a 30 anos de prisão, é maior que a de homicídio doloso qualificado, de 12 a 30 anos de reclusão. Rochelle Jelinek diz que a lei considera ainda mais repugnante o crime de extorsão com resultado morte e por isso a pena é mais alta.



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