Acusado pelo MPRS: homem que manteve corpo da companheira por quatro dias em casa é condenado
Um homem, de 44 anos, foi condenado nesta terça-feira, dia 20 de fevereiro, pelo feminicídio da companheira Angelica Aparecida Cidade da Silva (foto), de 46 anos, ocorrido em junho de 2022 no bairro Santa Tereza, zona sul de Porto Alegre. Ele recebeu uma pena de 15 anos de prisão em regime fechado com manutenção da prisão.
No mesmo ano do crime, ele foi preso e denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). Apontado por ter um “controle excessivo” sobre a vítima, o homem estrangulou a namorada com uma echarpe — após uma discussão — por causa de R$ 100 que tomou dela e se negou a devolver. Após isso, manteve o corpo de Angelica por quatro dias em um cômodo da casa onde residia, embaixo de uma pilha de roupas.
A denúncia foi entregue à Justiça pelo promotor Eugênio Paes Amorim, que atuou em plenário na 4ª Vara do Júri do Fórum Central da cidade. O homicídio teve as seguintes qualificadoras: ação que dificultou a defesa da vítima e contra mulher, ou seja, por questões de gênero. Foram ouvidas três testemunhas, além do interrogatório do réu.
“Tem sido muito importante a resposta que os cidadãos, jurados da Capital, têm dado aos feminicídios na nossa incansável busca de defesa da vida e da extinção ou razoável controle desta chaga social", disse o promotor Eugênio Amorim.
Angelica trabalhava como cozinheira e deixou quatro filhos que teve em outro relacionamento. Inclusive, familiares relatam que, pouco antes de ser assassinada, havia mandado uma mensagem em tom de despedida para os filhos. O réu e a vítima mantiveram um relacionamento por cerca de um ano e meio. Ele já tinha antecedentes criminais.