Acusado pelo MPRS de matar os quatro filhos em Alvorada vai a júri
O réu acusado de matar os filhos, quatro crianças entre 3 e 11 anos de idade, em Alvorada, vai ser julgado pelo Tribunal do Júri após decisão de quinta-feira, dia 18 de janeiro, do juiz Marcos Reichelt, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca do município. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por homicídio triplamente qualificado – motivo fútil, contra menor e meio cruel – no dia 27 de março de 2023. O investigado segue preso de forma preventiva.
Em relação ao processo judicial, a tramitação ocorre em segredo de justiça e ainda há prazo para recursos. A acusação será feita pelo promotor de Justiça Plínio Castanho Dutra, que foi intimado nesta sexta-feira, dia 19 de janeiro, da sentença de pronúncia do fato. Segundo ele, todas as teses do MPRS foram acolhidas. De acordo com a denúncia, o investigado não aceitava o fim do relacionamento com a mãe das vítimas e praticou o crime por motivo torpe, ao utilizar a morte dos filhos como instrumento de sofrimento à ex-companheira. Também por meio cruel, desferindo vários golpes de arma branca contra as crianças, causando-lhes extenso sofrimento, e ainda por asfixia, no caso de um dos filhos, uma menina de três anos.
O MPRS também mencionou a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas, pois o pai delas se aproveitou da diferença de porte físico entre eles. Ainda foram praticados crimes contra menores de 14 anos de idade e contra mulher, por razões da condição do sexo feminino no âmbito de violência familiar, já que três das vítimas eram meninas. Os homicídios ocorreram no dia 13 de dezembro de 2022. Os irmãos, três meninas e um menino, foram encontrados mortos dentro de casa, no Bairro Piratini, em Alvorada. Além disso, a denúncia faz menção ao fato de que o homem contou para cada filho, para não levantar suspeita, que os levaria para dormir na casa da sua ex-companheira.
Para Plínio Castanho Dutra, “a partir de agora, então, já começamos a preparação para o julgamento em plenário pela sociedade de Alvorada desse fato bárbaro, de crueldade invulgar, no qual o réu tirou a vida de quatro crianças, quatro filhos, para, além de tudo, infligir um sofrimento perpétuo a sua, então, companheira, mãe das crianças”. O promotor também ressalta que o MPRS confia e estará preparado para garantir a efetiva realização da justiça nesse caso extremamente grave e cruel. Ainda não foi marcada a data do júri.
