Novo Hamburgo: homem acusado pelo MPRS é condenado a 24 anos de prisão por feminicídio
Um homem acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foi condenado a 24 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado. O crime ocorreu em 2021 em Novo Hamburgo, e o júri aconteceu na quinta-feira, dia 30 de novembro, na comarca do município.
O promotor de Justiça Robson Barreiro, que atuou em plenário na acusação deste caso, destaca que o crime de homicídio teve como qualificadoras o feminicídio, em razão de o crime ter sido praticado em um contexto de violência doméstica, motivo torpe, pois o acusado temia que o seu relacionamento extraconjugal fosse descoberto em virtude do nascimento do seu filho com a vítima, e meio cruel, pela brutalidade do crime.
O crime ocorreu em 8 de maio de 2021, por volta da meia noite, quando o réu atacou a vítima no interior da residência, desferindo golpes no rosto e na região posterior da cabeça, ocasionando quebra de dentes, fratura da mandíbula e traumatismo cranioencefálico. A vizinha, moradora da casa ao lado, ouviu gritos da vítima e, ao se deslocar para a frente da sua residência, flagrou o réu arrastando silenciosamente o corpo para o interior do carro.
Na casa em que ocorreu o crime, estavam a mãe, a irmã e os filhos da vítima. Nenhuma dessas pessoas acordou com os gritos de socorro, situação justificada pelos comprimidos de “Boa Noite Cinderela” encontrados, pertencentes ao réu que, na noite do crime, fez uma sopa para toda a família.
Segundo a prova dos autos, o réu mantinha escondido de todos a gravidez de sua companheira e o próprio nascimento do filho. Os vizinhos da vítima sequer sabiam que ela estava grávida e que, inclusive, o bebê já havia nascido. Além de sua mãe e irmã, a vítima deixou três filhos, sendo dois meninos, um de 8 anos e outro de 6 anos, e um bebê de 7 dias, na data do fato.