Papéis da Imprensa e do Ministério Público enfocados em Santa Maria
“Imprensa e Ministério Público se não são irmãos siameses são gêmeos univitelinos, porque possuem a mesma ambição e responsabilidade de expor os anseios da cidadania e exigir justiça”. Essa relação entre as profissões de Jornalista e Promotor de Justiça foi traçada pela jornalista Ana Amélia Lemos, que atua em Brasília. Juntamente com o colega jornalista e promotor de Justiça aposentado Cláudio Brito, Ana Amélia palestrou no painel “O Ministério Público e a Sociedade”, na primeira edição da Semana do Ministério Público de Santa Maria. O evento, que possui promoção da Procuradoria-Geral de Justiça, Amprgs e ESMP, ocorre na Faculdade de Direito – Fadisma.
A cerimônia foi aberta na noite desta quinta-feira pelo subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Mauro Henrique Renner. Ele destacou ser a Semana “um amplo espaço de diálogo com a comunidade”, que permite o conhecimento da Instituição e possibilita, ainda, “a qualificação dos membros, o contato social e a comunicação externa”. Além de Promotores de Justiça da cidade estiveram presentes membros da Administração Superior, o presidente da entidade de classe, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, o diretor da ESMP, Luiz Fernando Calil de Freitas, e autoridades municipais.
Frisando que o País está envolvido “numa grave crise política” e que Imprensa e Ministério Público são, no momento, os “alvos preferidos de ataques de recorrentes e setores atingidos”, Ana Amélia lembrou tentativas para podar a liberdade de informação como a conhecida “lei da mordaça” e a idéia de instalação do Conselho Nacional de Comunicação que, para o bem da sociedade, “foram sepultadas”. A Jornalista afirmou admirar o trabalho dos Promotores de Justiça e citou o Ministério Público gaúcho como referência nacional.
LINGUAGEM
Salientando que Jornalista e Promotor “são da mesma raiz”, Cláudio Brito falou do Ministério Público, do Judiciário e suas relações com a mídia. Sublinhou a importância da tradução do “juridiquês” no contato entre o entrevistado e o entrevistador, onde a mensagem a ser passada à sociedade deve ser “a mais simples do linguajar jurídico”, porque o mais humilde cidadão “tem o direito de entender o que está acontecendo”. O comunicador e Promotor de Justiça aposentado ressaltou o trabalho dos veículos de comunicação, como o rádio, jornal, televisão e outras mídias e, ainda, o papel de persuasão em busca da Justiça.
Brito também abordou a questão do “ritmo e da linguagem” e a diferença que separa Jornalista e Promotor de Justiça. Embora ambos sejam defensores dos interesses sociais e agentes de transformação, “um é generalista e o outro é especialista”, explicou, comentando a importância de haver “transparência e sintonia nessa relação para melhor divulgação dos fatos à sociedade”. Confesso apaixonado pelo Júri e pelo jornalismo, Cláudio Brito ainda recordou como nasceu e foi criada a Assessoria de Comunicação Social do Ministério Público há 13 anos.