Guaíba: acolhendo tese do MPRS, Tribunal do Júri condena dois homens por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver
A pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em Guaíba, na última terça-feira, 21 de setembro, foram condenados pelo Tribunal do Júri dois homens pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe e mediante emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Os crimes foram cometidos em fevereiro de 2019 no Horto Florestal, em Guaíba.
Segundo o promotor de Justiça que atuou em plenário, Fernando Cesar Sgarbossa, os réus lideravam um grupo criminoso que atuava em Guaíba e executaram um motoboy por causa de desavenças relacionadas ao tráfico de drogas. Desaparecida desde o dia 2 de fevereiro de 2019, a vítima era procurada pela mãe. Seu corpo só foi encontrado 42 dias depois, quando um guarda que trabalhava no local encontrou sua moto enterrada e, embaixo, a ossada e os documentos do homem.
Na noite do crime, o motoboy foi atraído pelos criminosos para um local isolado, onde foi atingido por um tiro na cabeça. Os réus continuaram atirando contra a vítima. Em seguida, os criminosos carbonizaram o corpo e enterraram os restos mortais.
A autoria dos crimes foi elucidada somente em janeiro de 2021, quando o grupo fez um churrasco para alinhar as atividades e um dos integrantes se recusou a ir ao encontro. Os outros membros tentaram sequestrá-lo, mas o homem fugiu e alertou a Brigada Militar. Depois da prisão dos líderes da organização, foram recuperadas mensagens nos celulares apreendidos, com relatos de vários crimes cometidos, entre eles, o homicídio do motoboy. Os réus também planejavam matar outros dois integrantes do grupo.
O líder da organização foi condenado a 23 anos de prisão, e seu parceiro a 19 anos. Um dos réus tinha condenações criminais por roubo, e o outro envolvimento em homicídios e tráfico de drogas ainda quando adolescente.