Barbara Penna, que participará de evento sobre violência doméstica no MPRS, é recebida pelo PGJ
O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, acompanhado da coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (CaoEVCM), Ivana Battaglin, recebeu nesta terça-feira, 15 de agosto, a ativista contra a violência doméstica Barbara Penna.
Barbara, que é sobrevivente de uma tentativa de feminicídio cometida pelo ex-companheiro em 2013, irá participar na próxima sexta-feira, 18 de agosto, do seminário Violência contra a Mulher: Diálogos Necessários, que acontecerá na sede institucional do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).
Promovido pelo CaoECVM, o evento contará com palestras sobre temas como a equidade de gênero no Sistema de Justiça; a aplicação do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, do Conselho Nacional de Justiça; indicativos para a construção de políticas públicas de prevenção aos feminicídios; e violência psicológica contra a mulher.
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Durante a reunião, o PGJ contou que é um dos grandes compromissos da administração a luta contra a violência doméstica, tanto que foi criado o novo Centro de Apoio para tratar exatamente desse tema, além do acolhimento às vítimas em qualquer tipo de crime. “Mais do que condenar o réu, é nossa função acolher as vítimas, que não são apenas estatística, são sujeitos de direitos, pessoas que tiveram as vidas atravessadas pelos acontecimentos”, ressaltou.
No evento, Barbara falará sobre os passos de todo o processo, desde o cometimento do crime até a condenação do autor, ocorrida em 2019. “É uma história dolorida, mas que precisa ser contada repetidamente para servir de alerta a outras mulheres, para que não se repita, e para que o Sistema de Justiça possa aperfeiçoar seus procedimentos, evitando a revitimização”, disse Saltz.
ENTENDA O CASO
Em 2013, quando tinha 21 anos, Barbara Penna foi espancada pelo ex-companheiro, João Guatimozin Moojen Neto. Ele tentou queimá-la viva e a arremessou ardendo em chamas do terceiro andar do apartamento em que morava. Barbara ficou quatro meses no hospital e enfrentou mais de 200 cirurgias, mas sobreviveu. Seus dois filhos (Isadora, de dois anos, e Henrique, de três meses) não resistiram aos efeitos da fumaça do incêndio. Um vizinho que tentou salvar Isadora e Henrique também acabou morrendo.
Em 2019, o João Moojen Neto foi condenado a 28 anos de prisão por tentativa de homicídio de Barbara, considerado parcialmente culpado pela morte das crianças e absolvido pela morte do vizinho idoso que faleceu ao tentar ajudá-las.