Camaquã: denunciados pelo MPRS, réus que tentaram matar mulher por engano começam a ser julgados pelo Tribunal do Júri
Começou na manhã desta quarta-feira, 19 de julho, o julgamento de três pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em Camaquã por tentativa de assassinato de Elisiane dos Santos Serpa. O crime ocorreu em 25 de julho de 2017, na Rua São Bernardo, Bairro Getúlio Vargas. Inicialmente, eram quatro réus, mas Otaviano Domingues Florêncio (mandante) alegou problemas de saúde e será julgado separadamente em data a ser definida. Os demais acusados respondem por:
- Guilherme da Conceição Queiroz: roubo, tentativa de homicídio qualificado (mediante recurso que dificultou a defesa), organização criminosa e corrupção de menor.
- Estéfano Rodrigues da Silva: receptação, tentativa de homicídio qualificado (mediante recurso que dificultou a defesa), organização criminosa e corrupção de menor.
- Wagner Oliveira Pacheco: receptação, tentativa de homicídio qualificado (mediante recurso que dificultou a defesa), organização criminosa e corrupção de menor.
O promotor de Justiça Francisco Saldanha Lauenstein, que atua em plenário, estima que o júri se estenda até a noite desta quarta-feira. Serão ouvidas a vítima e duas policiais como testemunhas de acusação. Após, terá o interrogatório dos três réus e, em seguida, se iniciarão os debates. MPRS e defesas terão 2 horas e 30 minutos cada para se manifestarem. Caso haja réplica e tréplica, o tempo será de 2 horas cada.
COMO ACONTECEU
Na véspera da tentativa de homicídio, em Porto Alegre, Guilherme chamou um Uber e roubou o carro do motorista. Na sequência, Estéfano e Wagner receberam e conduziram o veículo, cientes de que era produto de roubo. Com o carro, os denunciados Guilherme e Estéfano, a mando de Otaviano (recolhido no Presídio Estadual de Charqueadas), se deslocaram no dia 25 de julho de 2017 para Camaquã para matar integrantes da facção rival. Lá, encontraram Wagner e foram até a casa da vítima – em um endereço apontado equivocadamente como sendo a residência de traficante rival – e atiraram contra ela.
Elisiane foi atingida por disparos de espingarda e munição calibre 12 quando espiava por um buraco no vidro da porta. “O crime foi praticado por disputa de ponto de tráfico de drogas. O intuito dos denunciados era eliminar membros de facção diversa. E foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da ofendida, pois assim que colocou o rosto na porta para ver quem havia entrado no pátio da sua residência, foi atingida de inopino por dois disparos de arma de fogo durante a madrugada”, explicou o promotor, lembrando que o grupo corrompeu menores de idade para ajudar nos crimes.