Santo Ângelo: exposição "Nem Tão Doce Lar" promove discussão sobre violência doméstica e familiar
Santo Ângelo recebeu, na última semana (dias 30 e 31 de março), a exposição “Nem Tão Doce Lar”. Trata-se de uma mostra itinerante e interativa que possibilita a popularização da discussão e do enfrentamento da violência ao levar para o espaço público uma típica casa familiar, com informações e imagens que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças, jovens, pessoas idosas e com deficiência. As atividades, que incluíram oficina de formação para acolhedoras e acolhedores, exposição para visitação pública e rodas de diálogo, buscaram sensibilizar a sociedade para o tema da superação da violência doméstica e familiar.
A iniciativa é da Fundação Luterana de Diaconia e, em Santo Ângelo, foi realizada em parceria com o Ministério Público, por meio do Grupo Especial de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Gepevid), Coordenadoria Municipal da Mulher, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Sicredi e Central do Bem.
A promotora de Justiça Fernanda Broll Carvalho de Almeida, integrante do Gepevid, ressaltou a importância da iniciativa para debater a prevenção às diferentes formas de violência. “O trabalho do sistema de justiça convencional, no que diz respeito às violências em relação aos públicos vulneráveis, tem um limite e a prevenção pouco existe. Aqui, a gente está investindo para que esses jovens percebam essas violências, que muitas vezes são veladas por já fazerem parte do cotidiano familiar ou social da comunidade onde convivem, e dando a oportunidade para que eles reflitam e, em outros espaços, continuem com essa reflexão e não perpetuem esse tipo de ação violenta”, destaca Fernanda.
Exposição interativa
A exposição da Nem Tão Doce Lar, que aconteceu no Centro Municipal de Cultura Santo Ângelo Custódio, levou ao espaço público uma típica casa familiar, com informações e imagens que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças, jovens, pessoas idosas e com deficiência.
Mais de 200 estudantes do Ensino Fundamental e Médio, além de público geral, visitaram o local, onde foi possível circular por diferentes cômodos da casa, identificar pistas deixadas nos cenários e ler pequenos cartazes nos quais constavam informações a respeito dos diversos tipos de violência que podem acontecer no ambiente e convívio doméstico e familiar.
Ao final da visitação à exposição, em uma roda de conversa conduzida pelos acolhedores, os visitantes puderam conversar e partilhar suas impressões.
Formação para acolhedoras e acolhedores
Além da exposição, aconteceu uma oficina de formação para acolhedores, realizada no campus da URI, no dia 29. Participaram da oficina mais de 40 profissionais da rede local de apoio e acolhimento de vítimas da violência doméstica e acadêmicos da universidade.
A promotora de Justiça coordenadora do Gepevid, Carla Carrion Frós, também participou dos eventos em Santo Ângelo.
Durante a formação e a exposição, foram entregues exemplares do livreto “Nem Tão Doce Lar: uma vida sem violência é um direito humano” que pode ser acessado aqui.
Fotos: Daniela Huberty/FLD