Porto Alegre: júri é adiado após réu pedir em plenário a desconstituição da própria defesa
O julgamento de José Dalvani Nunes Rodrigues, marcado para esta quinta-feira, 10 de novembro, em Porto Alegre, foi adiado depois que o réu pediu, em plenário, a desconstituição da própria defesa. José Dalvani alegou também que não poderia ser julgado antes dos outros dois réus que respondem no mesmo processo.
Após discussão em plenário, na presença dos jurados, e de uma reunião entre as partes, a magistrada que conduzia os trabalhos decidiu remarcar o júri dos três réus para o dia 7 de dezembro. Essa é a segunda vez que o júri é adiado.
“Lamento o que aconteceu em plenário. No meu juízo, foi uma medida protelatória do réu para impedir que o julgamento fosse realizado hoje”, avaliou o promotor de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Luciano Vaccaro.
O caso decorre da colaboração premiada de um membro da facção que decidiu contribuir com a Justiça e acabou morto após deixar o programa de proteção a testemunhas.
CISÃO DO PROCESSO
José Dalvani Nunes Rodrigues, conhecido como Minhoca, Douglas de Sá Gomes e Gustavo da Luz Marques seriam julgados juntos nesta quinta, mas, na véspera, dois novos advogados apresentaram procuração para defender Douglas e Gustavo. Esses defensores pediram o adiamento do júri, pois precisariam de tempo hábil para estudar o processo.
A juíza do caso então cindiu o processo e decidiu levar apenas José Dalvani a julgamento nesta quinta-feira, mas o júri não ocorreu. Os três réus respondem por homicídio qualificado (motivo torpe, meio cruel e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima), cárcere privado e ocultação de cadáver de Laisa Manganeli Remedios em 24 de setembro de 2016, quando tinha 12 anos. Ela foi decapitada e enterrada em um cemitério clandestino porque o trio acreditava que a adolescente estava passando informações para uma facção rival acerca do tráfico de drogas em Porto Alegre. Minhoca foi o mandante do crime e os demais, os executores.