MPRS realiza evento para sensibilizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos
O Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, da Saúde e da Proteção Social, juntamente com o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional promoveu, nesta terça-feira, 27 de setembro, um evento com o objetivo de debater questões relacionadas a transplantes de órgãos, além de informar e sensibilizar a sociedade acerca da necessidade de doação de órgãos, que diminui drasticamente desde o início da pandemia da Covid-19.
“É uma ousadia acharmos que podemos aprimorar o sistema de transplantes, porém, após essa queda nas doações de órgãos, vimos a necessidade de buscar boas práticas e boas ideias com o intuito de colaborar com a sensibilização da comunidade sobre o tema”, disse a coordenadora do CAODH, Gisele Müller Monteiro, na abertura do encontro, ocorrido no Auditório Marcelo Küfner, na sede do Ministério Público.
O encontro, que aconteceu em alusão ao Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, contou com palestras de médicos com larga experiência em transplantes de órgãos: o chefe do Serviço de Transplantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Roberto Ceratti Manfro, apresentou uma contextualização dos desafios da recuperação dos transplantes no período pós-pandêmico; o diretor médico do Hospital Dom Vicente Scherer, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, José J. Camargo, destacou a importância da educação no tema, especialmente voltada às crianças, “para que já cresçam com essa consciência e, inclusive, tirem das famílias o enorme fardo de tomar essa decisão”; e, por fim, o responsável pela Central de Transplantes de Santa Catarina, Joel Trindade, que falou sobre o êxito do trabalho realizado em seu estado (desde 2014, a performance de SC é quase 3 vezes maior do que a brasileira), focado em programas de educação e treinamento das equipes de coordenação de transplantes. O que, acordo com ele, é fundamental para o êxito das autorizações das famílias.
Também participaram do evento, o desembargador do TJRS Carlos Eduardo Richinitti, que fez um breve e emocionante relato de uma situação pessoal vivida na família, e a secretária Estadual da Saúde do RS, Arita Bergmann. Para a Secretária, os debates resultaram em duas decisões de gestão que vão impactar no sistema de transplantes: o investimento na cultura de doação de órgãos, com a colaboração de outras instituições para trabalhar educação e informação “muitas vezes, o principal motivo de negativa das famílias”, disse; e novos incentivos a hospitais valorizando os tipos de serviços oferecidos por eles, dentro do Programa Assistir.
Ao final, Arita Bergmann assinou portaria, que deve ser publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta, instituindo o Grupo de Apoio a Transplantes do Estado do RS, composto pela Secretaria da Saúde do Estado, MPRS, Tribunal de Justiça, Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS, Sociedade de Terapia Intensiva do RS e Conselho Regional de Medicina do Estado. Os demais participantes do evento assinaram como testemunhas.