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Charqueadas: julgamento de três dos 10 denunciados pela morte de Ronei Jr. começa nesta quarta-feira

samantha

Às 9 horas desta quarta-feira, 22 de junho, no Fórum de Charqueadas, começa o júri de três denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) pela morte do adolescente Ronei Faleiro Jr., ocorrida em 2015 na saída de uma festa em Charqueadas. Ao todo, 10 pessoas foram acusadas: são nove réus em um processo e um, em outro. Além do jovem, foram vítimas de tentativas de homicídio, o pai dele, Ronei Wilson Faleiro, e o casal de amigos Richard Saraiva de Almeida e Francielle Wienke. Atuarão em plenário, os promotores de Justiça Anahi Gracia de Barreto, Marcio Abreu Ferreira da Cunha, João Claudio Pizzato Sidou e Eugênio Paes Amorim. O julgamento será transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no YouTube (youtube.com/tjrsnoticias).

Os réus Peterson Patric Silveira Oliveira, Vinícius Adonai Carvalho da Silva e Leonardo Macedo Cunha são acusados dos crimes de homicídio qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa), três tentativas de homicídio qualificado (motivo fútil – apenas em relação Richard –, meio cruel e recurso que dificultou a defesa), associação criminosa e corrupção de menores.

O julgamento iniciará com o depoimento das três vítimas sobreviventes. Depois, serão ouvidas as testemunhas e os três acusados. Encerrada essa fase de instrução, serão abertos os debates em que MPRS e defesa terão 2 horas e 30 minutos cada para se manifestarem. Réplica e tréplica, se houver, serão de 2 horas cada. Após, haverá a votação do julgamento dos três réus. A expectativa é de que o julgamento se estenda por três dias.

DOIS JÚRIS MARCADOS PARA JULHO

O júri de nove dos 10 réus, marcado inicialmente para novembro de 2019, foi dividido em três julgamentos diferentes a pedido da defesa. Alisson Barbosa Cavalheiro, Volnei Pereira de Araújo e Geovani Silva de Souza serão julgados a partir de 4 de julho, e Jhonata Paulino da Silva Hammes, Matheus Simão Alves e Cristian Silveira Sampaio em 11 de julho. O décimo adulto acusado de envolvimento nos crimes, Rafael Trindade de Almeida, foi denunciado depois dos demais e seu caso é apurado em outro processo. O MPRS solicitou que ele seja julgado em 11 de julho, com os últimos três réus do primeiro processo. Conforme a promotora Anahi, eles formavam o “bonde da aba reta”.

COMO ACONTECEU

Conforme a denúncia do MP em Charqueadas, o pai do adolescente, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro (também vítima), deixou seu filho Ronei Jr. na noite de 31 de julho, uma sexta-feira, às 22h, no Clube Tiradentes. O combinado era que iria buscá-lo às 5h. A festa era promovida para arrecadar fundos para a formatura no Ensino Médio da turma do jovem. Por volta do horário combinado, o pai ligou para seu filho, que pediu para que aguardasse mais 15 minutos e desse carona a um casal de amigos.

O pai foi até a porta do clube para falar com o filho e o casal. Eles rapidamente aceleraram o passo para entrar no carro. Quando Ronei Jr. tentou ingressar no veículo, foi puxado para fora e cercado por outros jovens, que chutavam o automóvel. O pai passou a ser atingido com garrafadas, socos e pontapés, recebendo, inclusive, uma “voadeira”. Isso impediu que ele evitasse que o grupo abrisse a porta do carro e atingisse as outras vítimas. Em um determinado momento, conseguiu se desvencilhar dos agressores, entrou no carro e saiu imediatamente do local.

No caminho, ao perceber as lesões que o filho e o casal haviam sofrido, deslocou-se rapidamente para o Hospital de Charqueadas. Devido à gravidade, Júnior foi encaminhado de ambulância para o Hospital Santo Antônio, em Porto Alegre. No entanto, chegou à Capital sem vida.

Na denúncia, constam um vídeo e áudios em que integrantes do grupo contam, detalhadamente, como ocorreram as agressões. Os crimes foram cometidos com a clara intenção de matar, simplesmente pelo fato do amigo de Ronei Jr. residir em São Jerônimo e não em Charqueadas, como todos os denunciados.

O ataque a Ronei Jr., seu pai e amigos contou com a participação de menores. O MP apontou sete na acusação: a quatro deles foi aplicada, em 18 de setembro de 2015, medida socioeducativa de internação por três anos, prazo máximo estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente. Os outros três foram absolvidos.



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