Promotores de Justiça de Sapiranga denunciam policiais militares pela morte de sindicalista
O Ministério Público denunciou doze policiais militares pela morte do sindicalista Jair Antônio da Costa, ocorrida em 30 de setembro, durante manifestação de trabalhadores do setor coureiro-calçadista contra o desemprego na região do Vale do Rio dos Sinos, na Rodovia RS-239, em Sapiranga (RS). Os promotores de Justiça Plínio Castanho Dutra e Marcelo Nahuys Thormann também pediram a prisão preventiva dos denunciados. Após analisarem o inquérito policial militar, da Corregedoria-Geral da Brigada Militar, e o inquérito policial nº 5.539/05, da Delegacia de Polícia daquele Município, foram denunciados José Paulo Silva da Silva, Eduardo Ottonelli Pithan, Marlon Carvalho da Silva, Edemilson Gonçalves da Silva, Marcos Antônio de Souza, César Batista da Fonseca, Alexandre Aguilar Torres, José Carlos Martins, Valmir Antônio Assis da Costa, Paulo Roberto da Silva, Adroaldo Galvani e José Paulo de Brito. Todos eles foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, por não ter dado a possibilidade de defesa à vítima, por motivo fútil e emprego de tortura e asfixia. O Ministério Público requereu, ainda, que a Justiça dê aos denunciados o tratamento conferido pela Lei nº 8.072/90, que dispõe sobre os crimes hediondos.
Os policiais Marlon da Silva e Eduardo Pithan foram denunciados por abuso de autoridade, uma vez que foi apurado que, como responsáveis pela coordenação do trânsito no local, determinaram que os veículos que passavam pelo local atropelassem os manifestantes. Já César Batista da Fonseca foi denunciado por ordenar medida preventiva com abuso de autoridade.
De acordo com o promotor Plínio Castanho Dutra, o pedido de prisão preventiva foi necessário para “garantir a ordem pública e a integridade da prova testemunhal que será produzida no processo”. A expectativa dele é que o pedido seja apreciado nas próximas 48 horas. (por Jorn. Célio Romais)