Pelotas: a pedido do MPRS, Tribunal do Júri condena integrantes de facção por execução de advogado
A pedido do Ministério Público, o Tribunal do Júri de Pelotas condenou na quarta-feira, 13 de outubro, dois integrantes de uma das maiores facções do Estado por homicídio qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima). Fábio Luis da Silva Mello, o “Fábio do Gás”, e Samir Antonio Hunger foram condenados a 24 anos e 6 meses e 19 anos de reclusão, respectivamente. A promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari, que atuou em plenário, explicou que, no dia 23 de janeiro de 2017, a dupla orquestrou a morte do advogado Marcos Antônio da Silva e Silva, assassinado a tiros na Rua Domingues Guedes, por volta das 18h.
Conforme o Ministério Público, um acerto de contas foi a motivação do crime. Fábio do Gás, líder da facção na Região Sul, ordenou a execução porque a vítima atuou como seu advogado de defesa em diversos processos. E, justamente pelo alto grau de periculosidade do julgamento, Lúcia Helena, promotora de Justiça do Tribunal do Júri de Porto Alegre, foi designada para atuar em Pelotas. “Ficamos felizes pela condenação dos réus, um deles de alta periculosidade, líder de facção criminosa, com influência muito grande na criminalidade da região sul”, destacou.
INCIDENTE NO JULGAMENTO
No início da sessão, o juiz quis tirar o direito legal do representante do MP de ocupar seu lugar à direita da mesa. Inclusive, ameaçou cancelar o júri. “Eu não iria abdicar de uma questão legal de ocupar a posição assegurada por lei ao Ministério Público. Por fim, o julgamento saiu como teria de sair, mas me criou uma situação de ansiedade. Afinal, eu estava em uma cidade que não é a minha e em um plenário onde nunca havia feito um júri”, ponderou a promotora.