Menu Mobile

Operação dos MPAL e MPGO prende investigado por utilizar nome de promotores de Justiça para aplicar golpes pelo WhatsApp

Operação dos MPAL e MPGO prende investigado por utilizar nome de promotores de Justiça para aplicar golpes pelo WhatsApp

ceidelwein

Thénardier: esse é o nome da operação desencadeada pelos Ministérios Públicos dos Estados de Alagoas e Goiás para prender um estelionatário que estava utilizando, desde o ano passado, nomes e imagens de promotores de Justiça de diversas unidades do Ministério Público Brasileiro, inclusive do Rio Grande do Sul, para aplicar golpes através do aplicativo WhatsApp. O investigado foi preso na cidade de Goiânia.

As investigações começaram quando o MPAL recebeu uma representação de um membro que relatou ter sido informado que seu nome estava sendo utilizado para pedir dinheiro a motoristas ligados a prefeituras do interior de estados brasileiros. Diante da notícia, foi instaurado, por determinação do procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, um procedimento investigatório criminal (PIC) para apurar o fato.

O GOLPE
Segundo o promotor de Justiça Kleber Valadares, designado para acompanhar o caso, o homem preso na operação atua com mais alguns investigados, incluindo uma mulher, em associação criminosa, sempre se passando por promotor de algum MP do país. “O modus operandi é sempre o mesmo: ele liga para alguma prefeitura ou câmara municipal, usa o nome do membro do Ministério Público, diz que é de determinado estado e alega que, como não é daquela cidade, precisa da indicação do órgão público para conseguir contratar algum motorista para trabalhar por um determinado período, onde, supostamente, seria feito um trabalho ligado ao sistema de justiça. Daí, quando a indicação de um nome é feita, é que o golpe começa se concretizar”, explicou.

“Após fazer contato direto com esse motorista, o falso promotor envia um comprovante forjado de pagamento adiantado para a vítima e, minutos depois, alega que fez a transferência no valor errado, tendo pago mais do que deveria. Então, o motorista, ingenuamente, sem nem checar se o depósito de fato entrou em sua conta, transfere o suposto valor a mais para o golpista, que acaba por se beneficiar com a fraude”, detalhou Kleber Valadares.

A INVESTIGAÇÃO
O MPAL chegou ao suspeito após um servidor de uma prefeitura do interior de Minas Gerais ter desconfiado da conversa do golpista. Ao perceber que o pedido para localizar um motorista, pagando a ele uma diária de R$ 600,00 seria falso, o funcionário avisou à Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal) que alguém estaria se passando por um promotor alagoano para dar golpes, fornecendo o número que fora utilizado pelo criminoso.

O estelionatário tentou aplicar o golpe ligando para prefeituras de vários municípios espalhados pelos país, a exemplo das prefeituras de Sapiranga, Lajeado, Canguçu e São Borja, no Rio Grande do Sul; Aparecida do Tabuado, Anastácio e Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul; e Diamantina, Jacinto, São Francisco e Santos Dumont, em Minas Gerais.

A PRISÃO
O investigado foi preso em casa, em um condomínio residencial de Goiânia. Ao todo, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, dois deles, na residência de suspeitos de ajudarem na aplicação dos golpes. O acusado seria levado para o MPGO para prestar esclarecimentos.

THÉNARDIER
O nome da operação faz referência ao sobrenome do casal vilão do romance Os Miseráveis, do escritor francês Victor Hugo, conhecido no livro por ser uma dupla gananciosa e sem escrúpulos, deixando sua marca negativa na sociedade daquela época. Durante toda a história, o casal passa por cima de tudo e de todos, não respeitando quaisquer regras morais e não demostrando o mínimo interesse pela condição humana que os rodeia.

Leia mais:

MPRS alerta para golpes contra prefeituras realizados usando nome da instituição



USO DE COOKIES

O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul utiliza cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação.
Clique aqui para saber mais sobre as nossas políticas de cookies.