Operação Rebote: MP conclui quarta fase da investigação que apura crimes de estelionato e lavagem de dinheiro cometidos na gestão 2015/2016 do Inter
O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou nesta quarta-feira, 10 de março, um dirigente do Sport Club Internacional no biênio 2015/2016 e quatro empresários da área de turismo por organização criminosa, estelionato e ocultação de bens. Outro integrante daquela gestão foi denunciado por estelionato e ocultação de bens. A esposa dele vai responder por ocultação de bens. As empresas envolvidas no esquema são de Curitiba e de Porto Alegre. Esta, que é a quarta fase da Operação Rebote, foi batizada de Operação Prorrogação.
“A questão do Internacional foi dividida em núcleos, núcleo administrativo-financeiro, núcleo jurídico, núcleo futebol e agora o núcleo agência de viagem. Então, é a quarta denúncia que o Ministério Público está oferecendo. Em todas elas teve o mesmo modo de operar, ou seja, no sentido de criar despesas com relação a serviços não prestados e obras não realizadas, pegando o retorno desses recursos para se locupletar”, explica o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério Público, Marcelo Lemos Dornelles.
Das 9h às 10h desta quinta-feira, 11 de março, o subprocurador-geral, Marcelo Lemos Dornelles, e o promotor de Justiça da Especializada Criminal, Flávio Duarte, vão dar mais detalhes sobre a denúncia em entrevista coletiva virtual no canal do MPRS no Youtube ( https://is.gd/live11demarco ). Jornalistas poderão encaminhar perguntas pelo chat.
EX-DIRIGENTE E QUATRO EMPRESÁRIOS FORMARAM ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Na denúncia, o promotor Flávio Duarte diz que um dos dirigentes do alto escalão comandava organização criminosa para desviar dinheiro do clube de maneira continuada e sucessiva por meio de artifícios administrativos e contábeis. Utilizando notas fiscais e documentos fraudulentos atestando serviços turísticos que não foram prestados, o grupo desviava valores que, posteriormente, eram direcionados para fins diversos, como compra de passagens de avião, de um cruzeiro para o Caribe, pagamento de hospedagem em hotel luxuoso e até de ceia de réveillon do dirigente e seus familiares.
“Esse dirigente exercia o comando operacional da organização criminosa, além de ser o destinatário direto e indireto da maior parte dos valores identificados como obtidos ilicitamente em prejuízo do clube. Coube a ele organizar a dinâmica criminosa, ordenando, internamente, desde os pagamentos diretos ou repasses de valores, alegadamente destinados a serviços de turismo, até a orquestração do conteúdo das notas fiscais que justificavam fraudulentamente tais despesas. Foi, também, o responsável principal pela formatação do esquema criminoso de lavagem de dinheiro desses valores desviados do Internacional”, detalha Flávio Duarte.
OUTRO EX-DIRIGENTE USOU DINHEIRO DESVIADO PARA PAGAR CAMINHONETE
O outro ex-dirigente, também do alto escalão, denunciado por estelionato e ocultação de bens, utilizou os mesmos artifícios. Desviou do clube em parceria com o empresário de uma das agências de turismo que foram utilizadas no esquema para comprar uma caminhonete para a esposa, também denunciada por ocultação de bens. Conforme a investigação, os sete denunciados obtiveram para si, em prejuízo ao clube, mais de R$ 340 mil entre 2015 e 2016.
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