Aplicativo facilitador da adoção tardia completa dois anos com a colocação de 38 crianças e adolescentes em família
Uma reunião virtual ocorrida na tarde desta sexta-feira, 14 de agosto, marcou o aniversário de dois anos de lançamento do app Adoção, que já promoveu a aproximação de 38 crianças e adolescentes do programa de acolhimento institucional gaúcho com as famílias substitutas. Entre os participantes, além dos envolvidos na concepção, desenvolvimento e na implementação do aplicativo, estavam quatro convidados especiais: os irmãos Kauany e Kauã, de 12 e 11 anos, os primeiros a serem adotados por intermédio do aplicativo, e seus pais Marcelo Zatar e Suiany Meotti.
Tímidos, os irmãos acompanharam atentamente as falas emocionadas de todos os parceiros na inciativa – representantes do Ministério Público, Tribunal de Justiça e PUCRS – para, ao final, fazerem o seu agradecimento à equipe que desenvolveu o aplicativo Adoção, cientes de que foi a tecnologia que impulsionou a colocação deles na família que os acolheu. Suiany manifestou o desejo de que a história da sua família incentive outras a fazerem a adoção tardia. “Estamos realizados e queremos agradecer cada pessoa que atuou e atua no desenvolvimento do aplicativo e dizer que adotar esta duplinha foi a melhor decisão das nossas vidas”, afirmou.
Na abertura da reunião, a promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Porto Alegre Cinara Vianna Dutra Braga, que participou da concepção do projeto e é responsável pela fiscalização dos cadastros, salientou que, por meio do aplicativo, desde 2018, 15 crianças e adolescentes foram adotadas, com sentença judicial, e outras 23 estão em aproximação com famílias ou com a guarda provisória deferida, ou seja, em estágio de convivência para fins de adoção. “São 38 crianças e adolescentes que não teriam uma família, porque já havíamos esgotado as possibilidades no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento e no cadastro da Adoção Internacional”, destaca a promotora.
Pelo aplicativo, disponível para Android e IOS, os habilitados à adoção de todo o Brasil e de outros países têm acesso a imagens e mensagens de crianças e adolescentes. Atualmente, 116 crianças e adolescentes estão cadastrados no app e pelo menos 3,2 mil habilitados fizeram o download para acessar os anexos.
No Brasil, em torno de 5 mil crianças e adolescentes estão aptos para adoção, 300 no Rio Grande do Sul e 150 em Porto Alegre. Já o número de famílias habilitadas, no Estado, é de 4,8 mil, sendo 600 na Capital gaúcha. A promotora diz que o desafio é ampliar os cadastros até que todas as crianças aptas para adoção estejam com imagens acessíveis no aplicativo e também divulgar para todos os habilitados no país. “Queremos disponibilizar vídeos, fotos e cartinhas de todos os 300 gauchinhos para que o habilitado possa acessar, porque sabemos que quem não é visto não é amado – a imagem toca o coração. Tudo que queremos é família para todas as crianças e adolescentes do acolhimento institucional”, ressalta Cinara.
