Coronavírus: MP recorre contra soltura de 31 réus por homicídios em Porto Alegre
O Ministério Público impetrou recursos em sentido estrito junto ao Tribunal de Justiça para reverter decisões que liberaram, desde o mês passado, 31 presos gaúchos considerados perigosos presos preventivamente por homicídio em Porto Alegre.
Segundo levantamento do MP, desses 31 réus, apenas 10 integram o grupo de risco de contaminação pelo coronavírus. Com decisões publicadas pela Justiça entre os dias 6 e 31 de março, sete deles tiveram prisão domiciliar concedida, enquanto que 16 obtiveram liberdade provisória e oito tiveram a prisão preventiva revogada.
A diretora da Promotoria da Vara do Júri da Capital, promotora de Justiça Lucia Helena de Lima Callegari, ressalta que a liberdade desses réus é um risco muito grande para a população. De acordo com ela, a concessão de benefícios tem sido recorrente e novas medidas estão sendo preparadas para evitar que outros réus por crimes hediondos respondam em liberdade. A maioria dos assassinatos praticados pelos presos tem ligação com o tráfico de drogas.
Como exemplo, um dos processos é referente a um preso envolvido em uma chacina com quatro mortes em um bar da zona norte da Capital ocorrida em julho de 2018. Outro é relacionado a assassinatos e ameaça a moradores da Vila Cruzeiro, na zona sul. Um terceiro caso é relativo a um dos líderes de uma facção criminosa com atuação também na Vila Cruzeiro, cujo preso é apontado de ser o mandante de homicídios.