MP denuncia homem acusado de ataques com ácido na zona Sul de Porto Alegre
A 9ª Promotoria de Justiça Criminal de Porto Alegre encaminhou à 11ª Vara Criminal da Capital nesta segunda-feira, 21, denúncia assinada pela promotora de Justiça Fernanda Ruttke Dillenburg contra Wanderlei da Silva Camargo Júnior pelos ataques cometidos com ácido sulfúrico contra cinco vítimas na zona Sul de Porto Alegre. Ele foi denunciado pelos crimes de lesões corporais graves e leves, ameaça, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e furto, todos cometidos em junho deste ano.
A autoria foi elucidada após investigação policial que culminou com a prisão de Wanderlei Camargo Júnior no estado do Paraná, onde morava e é proprietário de uma agência de turismo. Segundo o apurado, o denunciado teria cometido os crimes na intenção de atemorizar sua ex-esposa, que reside e trabalha na zona Sul. A intenção era convencer a mulher a se mudar para o Paraná e retomar o relacionamento amoroso.
O PLANO
Segundo as investigações, entre os dias 10 e 21 de junho, na Rua São Lázaro, em Sapucaia do Sul/RS, Wanderlei Camargo furtou um par de placas de um veículo estacionado. Em seguida, ele retornou a Porto Alegre e colocou as placas em um automóvel que ele havia alugado, com o objetivo de encobrir a autoria dos crimes que planejava. A primeira vítima foi atingida na noite de 19 de junho, no bairro Nonoai. Wanderlei Camargo estava de bicicleta e abordou a vítima, com uma garrafa pet em mãos. Na sequência, dirigiu-se a ela dizendo “olha a água” e jogou o ácido, que atingiu o rosto, pescoço e ombro, o que provocou sua incapacitação por 30 dias.
No do dia 21, o denunciado passou a utilizar o automóvel alugado para provocar as lesões em outros quatro pedestres. Já em 25 de junho, ele ameaçou por escrito outra vítima. Wanderlei Camargo foi até a casa da mulher e atirou uma pedra para dentro do pátio da residência com um bilhete dizendo que, caso ela não jogasse ácido em outras duas pessoas, ela e seus familiares seriam feridos. A intenção, segundo o próprio denunciado, era gerar sensação de insegurança na ex-esposa, a partir de notícias veiculadas pela imprensa sobre os ataques, para que se mudasse de estado.