“As prisões ocorridas na Operação Cartel trazem novas provas, que se somam ao que o MP já vem apurando sobre a atuação desta facção”
A afirmação acima foi feita pelo promotor de Justiça do Gaeco Lavagem, Marcelo Tubino, que detalhou aos jornalistas, durante entrevista coletiva, realizada na manhã desta quinta-feira, 06, na Delegacia Regional da Policia Civil, em Canoas, a relevância da atuação conjunta entre Ministério Público e Polícia Civil na desarticulação de organizações criminosas.
Tubino, que acompanhou a operação desencadeada no início da manhã, explicou que o Ministério Público tem se dedicado ao enfrentamento das facções criminosas. Ressaltou que esse mesmo grupo já foi alvo de outras duas operações e, em uma delas, no fim de 2017, teve R$ 6,4 milhões apreendidos em contas bancárias ou em bens adquiridos.
“Já temos dois grandes trabalhos em andamento onde se imobilizou um valor importante de propriedade dessa facção. A Draco vem contribuir para o projeto que o MP tem de combate às facções criminosas. Neste trabalho, especificamente, ficou muito evidente mais um braço dessa facção criminosa, voltado ao roubo de veículos, diferentemente dos outros casos, em que ela se dedicava ao tráfico de drogas e aos homicídios. Foram identificados vários executores e os comandantes desses roubos, o que veio culminar com a parte ostensiva realizada hoje”, concluiu o promotor.
A OPERAÇÃO
A operação, coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas, em que foram cumpridos nove mandados de busca e sete de prisão na Capital, a maioria no bairro Mario Quintana, foi mais uma ofensiva contra uma facção criminosa, com base na zona norte de Porto Alegre, que realizava roubos de veículos e a bancos e joalherias no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
O homem, que supostamente chefia o grupo, José Dalvani Nunes Rodrigues, o Minhoca, preso em 2016 no Paraguai e atualmente recolhido em um presídio federal, é suspeito de envolvimento em 25 assassinatos.
Este braço de atuação do grupo foi descoberto a partir de um roubo de um veículo, em Canoas, que posteriormente foi encontrado no bairro Mario Quintana, na zona norte da Capital.
Segundo a polícia, o objetivo dos crimes era capitalizar o tráfico de drogas e aumentar o patrimônio da facção, já que parte do dinheiro era investida em carros e imóveis ou depositada em mais de cem contas bancárias em nome de laranjas.
No período da investigação, foram comprovados pelo menos 30 roubos de veículos na Região Metropolitana, um sequestro, seis ataques a bancos desde 2017, além de roubos a joalheria e supermercado.