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Caso Ilza: júri dos executores de idosa ocorre nesta semana

Caso Ilza: júri dos executores de idosa ocorre nesta semana

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Está marcada para esta quinta e sexta-feira, 06 e 07 de junho, a sessão de julgamento de Paulo Giovani Lemos da Silva, Pablo Miguel Scher e Andreia da Rosa, pela morte da idosa Ilza Lima Duarte, ocorrida em 2008, no centro de Porto Alegre. Atuará em plenário o promotor de Justiça André Martinez. O júri deve iniciar às 9h.

A marcação da data do júri dos denunciados como mandantes do assassinato, o casal Maria Fernanda Correa Homrich e Roberto Petry Homrich, depende do julgamento de recurso da defesa pelo STF.

O CRIME

A denúncia do MP foi recebida em 07 de janeiro de 2010, ocasião em que foi decretada a prisão preventiva de todos os cinco denunciados. Conforme a Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, os denunciados, em comunhão de esforços, mataram Ilza Lima Duarte por estrangulamento.

Conforme as investigações, entre os dias 14 e 15 de fevereiro de 2008, em hora não determinada, na Avenida Borges de Medeiros, Centro Histórico de Porto Alegre, Paulo Miguel e Pablo Giovani (porteiro do prédio) entraram no apartamento da vítima, renderam-na e, mediante constrição no pescoço causaram sua morte por asfixia – meio cruel, portanto. Para o cometimento do crime, empregaram recurso que dificultou a defesa de Ilza, uma idosa, surpreendida em casa sozinha. Os dois tinham as chaves do apartamento dela e impediram qualquer tipo de reação defensiva.

O motivo do crime foi torpe, pois a idosa foi morta para que os mentores do crime, o casal Correa-Homrich, que ofereceram pagamento aos executores para a prática do homicídio, recebessem sua herança, pois eram herdeiros testamentários.

SIMULAÇÃO DE MORTE NATURAL

Além disso, eles modificaram o estado do local do crime, o apartamento da idosa, para induzir a erro julgadores e peritos que viessem a se manifestar no processo penal sobre a morte. Os três réus que vão a júri nesta semana forjaram a cena de morte natural, simulando que Ilza estivesse tomando seu café na cama, colocando um pedaço de pão em sua mão e o café ao seu lado, o que fazia habitualmente, fato este de conhecimento dos mandantes. Maria Fernanda e Roberto determinaram a alteração do local da morte.

TESTEMUNHOS

Os testemunhos colhidos durante a investigação apontam que, ao terminar seu turno na portaria, às 19h, Paulo Giovani, foi para o Bloco A, onde residia a vítima. Próximo das 23h, o porteiro saiu correndo para pegar ônibus. Durante a tarde do dia seguinte, uma vizinha foi procurada por Maria Fernanda para que alguém verificasse se Ilza estava bem, pois a idosa não teria atendido suas ligações (Maria Fernanda, como ficou comprovado no processo, jamais telefonou para Ilza). Pablo, que atuava em serviços diversos no prédio, pegou a chave do apartamento da vítima dentro da residência da mãe de Maria Fernanda. Ele foi, junto com Andréia, sua esposa, ao apartamento verificar a morte da idosa. Foi ele quem ligou para a polícia para registrar a ocorrência.

Uma das testemunhas afirmou que, naquele momento, Pablo informou que Maria Fernanda havia lhe solicitado para que pegasse documentos da mulher, antes mesmo de que a polícia chegasse ao local, para a realização da cremação. A mesma testemunha relatou que Maria Fernanda pressionava a vítima a lhe repassar seus bens. A denunciada teria prometido a Andréia que lhe pagaria uma faculdade para que fizesse parte da empreitada criminosa. No dia posterior ao crime, Paulo Giovani não foi trabalhar alegando problemas sociais e nunca mais retornou.

Em outro depoimento, uma terceira testemunha disse que Ilza lhe confidenciou que, certo dia, Maria Fernanda e um homem que ela não conhecia estavam na sua sala para que ela assinasse a compra de um apartamento por R$ 30 mil, o que de fato ocorreu. Depois, a mãe da denunciada se mudou para o local, que foi reformado. Em outra oportunidade, amigas de Ilza foram até a casa dela e se deram conta de que os móveis da sala tinham sumido. A vítima teria respondido que Maria Fernanda havia pedido que as poltronas lhe fossem doadas ainda em vida, considerando que tudo era dela por testamento. Diálogos pela internet de Maria Fernanda com parentes dão conta que o casal passava por dificuldades financeiras.

CONFISSÕES

Durante a investigação, Pablo Miguel confessou ser um dos autores dos crimes e revelou toda a trama, bem como a participação de cada um dos réus. Segundo certidão constante nos autos, ele afirmou que sua esposa, Andréia, foi quem lavou as roupas da vítima, que estavam sujas de sangue e, após, as estendeu no varal na área de serviço do apartamento. Foi ela também quem limpou o apartamento após o crime.

Somente foram encontrados vestígios de sangue no chão da residência da vítima com a utilização de luminol, pois, conforme laudo pericial, tudo havia sido limpo. Pablo Miguel descreveu com riqueza de detalhes a participação de Maria Fernanda. Paulo Giovani também confessou sua participação e especificou a participação do réu Roberto Petry Homrich no crime.



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