Caso Teréu: júri condena três réus pela morte de traficante dentro da Pasc
Após 15h de sessão, os jurados condenaram os réus da morte de Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, por homicídio triplamente qualificado. Luciano Alves Pereira e Rudinei Pereira da Silva receberam pena de 27 anos de reclusão, enquanto Rudinei Henrique de Abreu teve pena de 26 anos de reclusão. Eles não poderão recorrer em liberdade. O primeiro de três júris do caso ocorreu nesta segunda-feira, 03, na 1ª Vara do Júri da Capital. Atuaram em plenário os promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari e Eugênio Paes Amorim. O processo tramitou em Charqueadas, mas a Justiça da Comarca determinou o desaforamento do julgamento. No dia 04 de julho, está marcada a sessão de julgamento de Daniel Pereira Lopes, Paulo Márcio Duarte da Silva e Érick Brum Vaz. Já em 08 de agosto, deve ocorrer o júri de Ubirajara da Silva Barbosa e Fernando Gilberto de Oliveira Araújo.
Os réus foram denunciados pelo MP em junho de 2015 pelo crime de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Em 07 de maio daquele ano, entre 10h30 e 11h, no interior do refeitório A da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, os denunciados asfixiaram Teréu até a morte.
CONDUTAS
A denúncia do MP aponta que Ubirajara da Silva Barbosa coordenou a atividade dos demais imputados. Ele reuniu-se, ao fundo do refeitório com os outros presos que cometeram o crime e, em seguida, foi até a entrada do local para observar a movimentação da vítima e dos demais detentos, bem como dos servidores da penitenciária, distraindo a atenção deles. Depois, deu a ordem para o homicídio e foi até o pátio conversar com os apenados próximos a Teréu, evitando que eles tomassem providências para evitar a morte.
Paulo Márcio Duarte da Silva foi o intermediário entre Ubirajara e os demais denunciados, observando a movimentação da vítima e dos detentos, repassou aos comparsas o sinal para darem início ao ataque e foi um dos que asfixiaram a vítima com sacolas plásticas. Foi ele quem verificou a ausência de sinais vitais de Teréu, para se certificar do êxito da empreitada criminosa.
Luciano Alves Pereira, Rudinei Henrique e Rudinei Pereira atacaram a vítima pelas costas, também sendo responsáveis pela asfixia. Fernando Gilberto de Oliveira Araújo foi quem alcançou as sacolas plásticas e auxiliou na observação dos agentes da Susepe, além de controlar a entrada e saída de outros detentos do refeitório.
Daniel Pereira Lopes pisou sobre Teréu, já subjugado, facilitando sua morte por asfixia, além de arrastá-lo para a parede do refeitório, para evitar a visualização pela guarda. Erick Brum Paz auxiliou na asfixia da vítima, também monitorou a movimentação no refeitório e foi quem retirou do local as sacolas utilizadas para a morte.
MOTIVAÇÃO
Conforme a denúncia, o motivo foi torpe, pois a morte teve o intuito de assegurar a hegemonia de uma facção criminosa com atuação no interior dos estabelecimentos penitenciários do Estado.