MP propõe medidas para solucionar questões envolvendo a aplicação do herbicida 2.4-D no Estado
O fabricante do herbicida 2.4 – D tem dez dias, a contar desta sexta-feira, 31, para apresentar seu posicionamento acerca das propostas formuladas pelo Ministério Publico para solucionar, ao menos para esta safra, problemas causados pela aplicação do herbicida em 22 municípios do Estado e buscar uma pacificação no setor agrícola.
Em reunião ocorrida na tarde desta sexta-feira, 31, no Palácio do Ministério Público, os promotores Alexandre Saltz e Felipe Teixeira Neto, coordenador do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais, sugeriram aos fabricantes dois pontos principais como medidas iniciais e urgentes.
O primeiro seria a possibilidade de implantação de um modelo de "venda aplicada" do 2,4-D para as zonas sensíveis (neste momento esses 22 municípios onde foram constatados danos), envolvendo um sistema contendo informação das condições meteorológicas vigentes e a presença de um responsável técnico.
“O Ministério Público entende o fabricante como responsável por todo o ciclo de vida do produto. Por isso a importância da indústria participar de forma direta inclusive na fiscalização da aplicação do herbicida”, explica Saltz.
A outra proposta é que seja criado pelas empresas um fundo com o objetivo de garantir a eficiência no controle do 2.4-D. Foi sugerida a contratação, via Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas, da Universidade Federal de Santa Maria, de um pacote de análises multi resíduos incluindo o 2.4-D, contendo todo o processo de coleta, cadeia de custódia e produção do laudo, para todo o Estado do RS. O acionamento do LARP ocorreria pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e pelo MPRS.
Participaram da reunião representantes da Secretaria da Agricultura, Farsul, Ibravin, Fecovinho, Agapomi e diversos fabricantes do 2.4-D.
Fotos: Adriana Michelon/MPRS