Operação Vira-casaca: família é condenada por organização criminosa e tráfico de drogas
Um casal e seus dois filhos foram condenados à prisão pelos crimes de participação em organização criminosa e tráfico de drogas na cidade de Cachoeira do Sul. A sentença, do último dia 16, acatou a denúncia do MP, apresentada em julho de 2017 contra 39 pessoas. Para agilidade da tramitação, houve cinco cisões do processo original e essa é a primeira condenação.
A denúncia é proveniente dos trabalhos de investigação da Operação Vira-casaca, deflagrada em 06 de julho de 2017, em conjunto entre Ministério Público, Polícia Civil e Brigada Militar. Naquele dia, foram presas preventivamente 35 pessoas envolvidas na organização criminosa que atuava no tráfico de drogas em Cachoeira do Sul, além de um PM, preso em flagrante por posse ilegal de arma. Quase 300 agentes das três instituições atuaram na Operação, além de 90 viaturas e um helicóptero. A investigação iniciou a partir de informações da BM ao controle externo da atividade policial do MP em Cachoeira do Sul de que um sargento da BM teria relações de parentesco com o líder do tráfico na cidade.
José Marison (atualmente que está preso) foi condenado a nove anos e nove meses de reclusão em regime inicialmente fechado. A companheira dele, Ivonete Teresinha da Silveira Dutra (hoje em prisão domiciliar), deverá cumprir oito anos e 11 meses de prisão em regime inicialmente semiaberto. Os filhos do casal, Matheus Dutra Alves e Claiton Dutra de Castro foram condenados, ambos, a cumprir oito anos e 11 meses de prisão em regime inicialmente fechado.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA FAMILIAR
Conforme a denúncia, assinada pelo promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame, membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e pelos promotores de Justiça de Cachoeira do Sul Giani Pohlmann Saad e Gabriel Cybis Fontana, José Marison realizava a entrega de drogas e as vendia juntamente com a esposa Ivonete e os filhos Claiton e Matheus, que preparavam, armazenavam, transportavam e entregavam drogas. Eles formavam uma célula de uma facção criminosa de tráfico de drogas com abrangência estadual.
Isso porque José Marison prestava serviços para outros traficantes da organização, com o auxílio da família, uma vez que detinha relacionamentos com os traficantes e com usuários. Ele atuava como um elo entre as células da facção na região de Cachoeira do Sul, facilitando o contato entre seus membros na comercialização de drogas, transporte de entorpecentes, objetos e pessoas e, especialmente, na arrecadação de dinheiro proveniente do comércio das drogas, inclusive para dentro do presídio da cidade.