MP orienta universitários sobre como reconhecer e dar encaminhamento nos casos de abuso sexual
Os alunos do curso de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, acompanhados de professores, foram recepcionados na sede das torres do Ministério Público, onde receberam orientações sobre casos de violações de direitos de crianças e adolescentes, em especial as questões que envolvam abusos sexuais. As reuniões, que aconteceram nos dias 12, 9 e 7 de novembro foram organizadas pelo Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões e contaram com palestras dos promotores de Justiça Denise Casanova Villela, coordenadora do Cao Infância, e Júlio Almeida.
Segundo Denise Villela, a receptividade foi excelente e houve bastante interesse dos alunos em conhecer mais sobre a atuação do MP nessa área, sobretudo em conhecer o fluxo correto para saber como atuar caso precise encaminhar algum paciente para atendimento especializado. “Os estudantes de odontologia, muitas vezes, atendem, ainda durante a faculdade, em regiões bastante vulneráveis da Capital. É bastante comum que nos momento de uma consulta, a criança ou adolescente enxergue no dentista alguém que está ali para lhe cuidar e, então, sinta-se encorajada para falar sobre abusos. Há também situações onde os sintomas podem ser percebidos mesmo que o paciente não verbalize e, por isso, estar preparado é fundamental”, concluiu a coordenadora do Cao Infância.
O promotor de Justiça Júlio Almeida considera o trabalho feito com os alunos de suma importância. “Estamos qualificando os profissionais que atendem, em muitas oportunidades pela primeira vez, uma criança e constatam nela as lesões típicas de abuso sexual ou violência física, seja com sintomas de doenças sexualmente transmissíveis percebidos na boca ou de múltiplas fraturas da arcada dentária”, explica o promotor.
O Ministério Público entende que os profissionais de saúde são aliados de primeira hora nestes casos, pois, muitas vezes, a percepção desses profissionais promove o rápido encaminhamento das vítimas para perícias físicas e psíquicas, tratamento e, também, identificação e responsabilização do agressor.