Colinas: MP obtém decisão que condenou ex-prefeito municipal
O Ministério Público obteve decisão da Justiça Criminal de Estrela que condenou o ex-prefeito municipal de Colinas Gilberto Keller a 14 anos, quatro meses e 27 dias de reclusão, a ser cumprida no regime inicial fechado. Na sentença, também foram condenados a ex-primeira dama Cristiane Keller (11 anos, 11 meses e três dias de reclusão); a ex-vereadora Ana Cristina Köhler, (nove anos, seis meses e três dias de reclusão); e a ex-servidora municipal Marisa Inês Scherer, (nove anos, seis meses e três dias de reclusão).
Conforme denúncia do MP, no período entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012, Gilberto Antônio Keller, Cristiane Keller, Ana Cristina Köhler e Marisa Inês Scherer associaram-se em quadrilha para cometerem reiteradamente crimes contra a Administração Pública e outros conexos, em especial, concussão e corrupção passiva contra cidadãos de Colinas em procedimentos custeados pelo Sistema Único de Saúde – SUS.
Este é um dos processos criminais decorrentes da Operação ColapSUS, deflagrada em dezembro de 2012, que apurava cobrança de pacientes usuários do SUS no Município de Colinas, com desdobramentos na área eleitoral, pois no ano de 2013 gerou a cassação do diploma de Gilberto Keller, reeleito no pleito de 2012.
As ações dos condenados estavam centralizadas na Secretaria Municipal da Saúde e no Posto de Saúde do Distrito Sede do Município de Colinas. Tudo ocorria com a autorização, com o conhecimento e sob o comando do ex-prefeito municipal, o qual era constantemente procurado para decidir questões envolvendo a cobrança de quantias indevidas junto aos pacientes do SUS. Gilberto Keller ainda concorria para as práticas criminosas autorizando as despesas de saúde e encobrindo a conduta das demais denunciadas, omitindo-se em interromper a prática criminosa.
Os delitos ocorriam quando munícipes solicitavam atendimento médico, laboratorial e hospitalar no Posto de Saúde, onde inicialmente eram atendidos por Ana Cristina Köhler ou Marisa Inês Scherer. Estas, seguindo as orientações oriundas do ex-prefeito e da ex-primeira dama, encaminhavam os pacientes para consultas médicas, para exames laboratoriais e, até mesmo, para procedimentos cirúrgicos em sua grande maioria realizados no Hospital de Estrela.
Sob a falsa justificativa de custear serviços e procedimentos que não estariam cobertos pelo SUS, e, algumas vezes, alegando que o Município não poderia arcar com a totalidade do procedimento, Ana Cristina e Marisa Inês eram encarregadas, sempre sob o comando e procedimentos aprovados pelo ex-prefeito e pela ex-primeira dama, de cobrar dos cidadãos quantias em dinheiro.