Duas pessoas são condenadas por ameaça a mulher que os denunciou por estupro de crianças
Duas pessoas foram condenadas pela Justiça de Cachoeira do Sul a um ano de prisão em regime aberto sem direito de recorrer em liberdade por terem ameaçado duas educadoras que os denunciaram por abuso sexual de sete crianças, seus alunos. Eles foram condenados, após denúncia do MP, pelos estupros, sendo que algumas vítimas eram filhas e outras sobrinhas de um dos réus. Ambos cumprem pena no Presídio Estadual da Comarca.
Uma das testemunhas foi ameaçada antes de dar seu testemunho no processo a respeito do estupro, no Fórum da Comarca. Os denunciados afirmaram ser integrantes de facção do tráfico de drogas e que, onde moravam, as coisas “se resolviam na bala”. Um dos réus chegou a ser preso naquele momento em virtude das ameaças. A outra testemunha foi procurada por um homem que disse que ela seria morta. As ameaças se repetiram quando ela foi depor à Justiça. Um carro com pessoas desconhecidas acompanhou seu veículo até sua casa, fato que gerou boletim de ocorrência junto à Brigada Militar. Além disso, seu filho passou a ser ameaçado na escola.
“A informação é importante, pois o professor é, muitas vezes, a pessoa mais habilitada para identificar o sofrimento por abuso sexual de seus alunos e, por temor de represálias, deixa de denunciar os casos”, disse a promotora Giani Pohlmann Saad, que atuou nos dois casos. “O caso destaca que o professor comunicante de abuso sofridos por alunos crianças e adolescentes, na eventual situação de testemunha, resta mais protegido pela possibilidade de prisão de quem eventualmente lhe intimidar”, argumenta a promotora.