Entidades entregam representação contra música de banda gaúcha
Treze entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente e da mulher, entre elas o Movimento pelo Fim da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a ONG Coletivo Feminino Plural e o Cedeca – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente de São Leopoldo, entregaram esta tarde (22/07) ao promotor de Justiça Miguel Velasquez, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, uma representação solicitando a proibição da veiculação da música “ E por que não”, da banda Bidê ou Balde e a apreensão do CD Acústico MTV Bandas Gaúchas, do qual a mesma faz parte. As entidades consideram que a música banaliza a violência sexual contra crianças e adolescentes, o incesto e a pedofilia.
Ao receber a representação, Velasquez informou que o documento será entregue para análise à Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude de Porto Alegre, onde já existe, desde junho, um expediente relativo ao assunto. Segundo ele, o promotor responsável é quem deverá adotar as medidas judiciais que entender cabíveis.
Velasquez informou ter recebido diversos e-mails de pessoas solidárias à causa, além de um ofício do Cedica – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, reforçando que a própria banda já admitiu em entrevista que a letra realmente trata de pedofilia.
Miguel Velasquez considera a música “no mínimo de muito mal gosto”. E ressaltou que “o Ministério Público não trabalha com a idéia de afronta à manifestações artísticas, e sim, contra a possibilidade de abuso, já que ainda que um material tenha a denominação de arte, a lei determina restrições e limitações no que diz respeito à crianças e adolescentes”, disse, citando artigos do ECA. E completou: “E por que não? Porque é crime.”