Palmeira das Missões: condenados réus acusados de homicídio de mulher na presença das filhas

Ocorreu na última sexta-feira, 25, na Comarca de Palmeira das Missões, a sessão do Tribunal do Júri que condenou Susana Correa de Arruda, Aldemir Rocha e Nilto Abele Rocha pela morte de Sonia Mara Rosa dos Santos. Em 2016, os três a assassinaram em frente às filhas na cidade de São Pedro das Missões. Acatando a tese do promotor de Justiça Marcos Eduardo Rauber, autor da denúncia, o júri condenou os réus por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe – por ambição patrimonial, inveja e ódio por conta de desavenças familiares envolvendo dívidas e partilha de terras de herança –, emprego de meio cruel – já que Sonia foi atingida por diversos tiros – e recurso que dificultou a defesa da vítima.

A ré Susana Correa de Arruda, cunhada da vítima, foi condenada a pena total de 27 anos e três meses de reclusão. Aldemir Rocha foi condenado a 27 anos, um mês e 15 dias de reclusão, enquanto Nilto Abele Rocha deverá cumprir pena de 18 anos e nove meses de reclusão, todos em regime inicialmente fechado.

Na sentença, o juiz-presidente do Tribunal do Júri de Palmeira das Missões, João Garcez de Moraes Neto, registrou que “para além das circunstâncias que já serviram para qualificar o delito, observo que o crime acabou por ser testemunhado pelas filhas da vítima, duas crianças, o que, por si só, consubstancia-se em uma circunstância reprovável. Ressalte-se que o informante Ademilson, em plenário, confirmou que as menores ficaram e ainda se encontram traumatizadas”.

Após o encerramento do julgamento, os acusados foram conduzidos ao Presídio Estadual de Palmeira das Missões para o início da execução provisória da condenação imposta pelo Tribunal do Júri e das penas aplicadas, em conformidade com o atual posicionamento do Supremo Tribunal Federal.

RELEMBRE O CASO

O crime aconteceu no dia 27 de março de 2016, por volta das 17h30min, na localidade da Linha Barro Preto, interior de São Pedro das Missões. Conforme as investigações, os acusados chegaram à propriedade rural em que a vítima residia com o marido e as filhas no veículo de Susana. No momento do assassinato, a vítima encontrava-se na estrebaria ordenhando as vacas quando Susana a abordou e atirou três vezes contra ela. Os corréus Aldemir e Nilto testemunharam tudo e não impediram o crime.

Após os disparos, os acusados fugiram juntos do local a bordo do automóvel enquanto a vítima agonizava. O crime foi presenciado pelas filhas da vítima, sobrinhas de Susana, na época com 06 e 08 anos. Sonia chegou a ser socorrida, mas faleceu a caminho do hospital.