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Deflagrada nesta segunda-feira operação de combate a jogos de azar iniciada com testemunha ouvida pelo MP

Deflagrada nesta segunda-feira operação de combate a jogos de azar iniciada com testemunha ouvida pelo MP

flaviaskb

No final de 2017, o projeto-piloto da Promotoria Especializada no Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa ouviu uma pessoa que disse estar cansada de gastar todo o dinheiro que ganhava em jogos de azar e admitia não conseguir sozinha se livrar do que considerava um vício.

Além de apontar e detalhar a participação dos agentes envolvidos, a testemunha entregou espontaneamente alguns documentos, dentre eles extratos de cartão de crédito e comprovantes de pagamentos, bem como autorizou a extração de dados do seu aparelho celular, o que facilitou a autoridade policial identificar, sobretudo na cidade de Novo Hamburgo, algumas empresas utilizadas pela organização criminosa para lavar os valores provenientes da exploração de jogos de azar.

Nesta segunda-feira, 12 de março, o Ministério Público acompanhou a operação Octopus, realizada pela Polícia Civil por meio da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos, sob coordenação dos delegados Cristiano Reschke e Filipe Bringhenti. Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, sequestro de 35 imóveis, 54 veículos, bloqueio de 29 contas bancárias e outras medidas, como afastamento do sigilo fiscal e bancário, que possam inviabilizar a operação do grupo.

Os investigados, que atuam no Vale dos Sinos, Região Metropolitana e no litoral, exploravam jogos de azar em diversos endereços. Segundo a investigação apurou, os investigados criaram um esquema para lavar o dinheiro, envolvendo a figura de “laranjas” e usando outros estabelecimentos para disfarçar a origem dos capitais. Foram identificados motéis, lancherias e outros empreendimentos, alguns apenas de fachada.

Para a promotora de Justiça Josiene Menezes Paim, da Promotoria Especializada no Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa, “jogos de azar são nocivos não apenas às pessoas vítimas e dependentes dessa prática como também a toda sociedade, pois servem ao financiamento de outros crimes mais graves. Corolário disso, a necessidade de se investigar os jogos de azar sob o prisma da lavagem de capitais”, conclui a promotora.



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