Grupo Hospitalar Conceição apresenta ao MP novo fluxo de pacientes de emergência
A convite da diretoria do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), a promotora de Justiça do Núcleo da Saúde da Promotoria dos Direitos Humanos de Porto Alegre, Liliane Dreyer da Silva Pastoriz, assistiu, na manhã desta quinta-feira, 10, à apresentação do Plano de Ação para Adequação do Fluxo de Pacientes na Emergência adotado pelo GHC desde o início deste ano.
Conforme o consultor de hospitais em gestão de serviços de urgência e emergência Welfane Cordeiro Júnior, designado pelo Ministério da Saúde para a realização do diagnóstico, a principal razão da superlotação dos hospitais são os entraves e a demora na saída do paciente do setor de emergência, em especial aqueles que necessitam internação.
O Plano de Ação têm como objetivos principais reduzir a média de dias de internação do hospital, melhorar o fluxo dentro do bloco cirúrgico, agilizar exames e melhorar a experiência da passagem do paciente pelo setor. “Reestruturamos o plano de contingência e baixamos a tolerância com a superlotação”, afirmou Welfane. As ações começaram a ser postas em prática no início do ano e já apresentam resultados como a redução no tempo de reocupação do leito, a redução na taxa de mortalidade e no tempo de permanência dos pacientes da emergência.
Esta é a primeira vez que o plano está sendo aplicado em um hospital público. “É uma mudança muito complexa, mas já está aparecendo”, ressaltou Welfane. Segundo ele, “a expectativa é de que, baixando o tempo de permanência, o número de pacientes se mantenha adequado, praticamente sem investimento nenhum, só mudança de processos”, analisa, destacando que já existe uma proposta a ser apresentada que engloba os quatro hospitais do Grupo (Conceição, Fêmina, Cristo Redentor e UPA Moacyr Scliar).
Para Liliane Pastoriz, o Conceição tem historicamente gestões que primam pela qualidade e aprimoramento dos seus processos de trabalho. “A proposta de discutir gerenciamento e gestão de leitos, debater tempo de permanência do paciente na internação, gerenciamento clínico, estabelecer prioridades (procedimentos eletivos), e estabelecer protocolo de contingenciamento, é um modelo que caminha para estender ao usuário serviço mais resolutivo”, disse a Promotora.
De acordo com ela, o plano de adequação deve ser estudado a fim de ser replicado. “O atendimento ao cidadão deve ser avaliado de modo sistêmico no âmbito da discussão da superlotação das emergências, podendo passar, inclusive, pelos hospitais privados”, destacou.
Na ocasião, também esteve em pauta a questão das longas internações, pessoas que acabam “residindo” nos hospitais por não ter para onde ir ou quem se responsabilize por elas. “Esta gestão seria responsabilidade da assistência social do Município, porém, não temos obtido êxito nas nossas demandas com a Fundação de Assistência Social e Cidadania”, conta Liliane, que prestou algumas orientações aos dirigentes do Hospital sobre como proceder com relação a negativa de alta.
Após a reunião, a Promotora visitou as dependências da emergência do Hospital Conceição para verificar a situação atual.
Participaram do encontro a diretora-superintendente do GHC, Adriana Denise Acker; o diretor técnico Mauro Fett Sparta de Souza; a enfermeira assessora da Diretoria Elisabete Storck Duarte; o Coordenador de Atenção Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde, João Marcelo Lopes Fonseca, dentre outros membros da Diretoria do Grupo.