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MP denuncia quatro pessoas por crimes em prestações de serviços na Escola dos Serviços Penitenciários

MP denuncia quatro pessoas por crimes em prestações de serviços na Escola dos Serviços Penitenciários

celio

Foi apresentada nesta sexta-feira, 14, denúncia por crimes como peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso, falsificação de documento particular e lavagem de dinheiro contra quatro pessoas envolvidas em fraudes nas aquisições de materiais e prestações de serviços. O promotor de Justiça Flávio Duarte, que assina a denúncia, solicitou à Justiça o compartilhamento das provas com a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre, Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário, Procuradoria-Geral do Estado e Ministério Público de Contas do RS.

Conforme as investigações, enquanto exercia a função gratificada de diretor da Escola do Serviço Penitenciário (ESP) João Eduardo Quevedo Reymunde era o ordenador de despesas do órgão e responsável pelas autorizações de pagamento, bem como por todos os procedimentos de adiantamento de valores, recebimento de materiais e serviços, além das respectivas prestações de contas do estabelecimento de ensino. A ESP recebe recursos do Departamento Administrativo da Superintendência dos Serviços Penitenciários e as compras devem ser realizadas a partir de três orçamentos dos mesmos serviços ou materiais, pelo critério do menor preço.

Assim, entre março de 2015 e dezembro de 2016, Reymunde desviou dinheiro da Escola, eventualmente com a contribuição do então agente penitenciário Luiz Carlos Reis Lamego (servidor responsável pelo adiantamento de numerário da ESP), em conluio com os dois empresários do ramo de serviços gráficos e manutenção elétrica e de ar condicionado. Os valores que deveriam ser destinados à gestão do órgão foram desviados mediante a simulação de aquisição de serviços, com a utilização de orçamentos falsos e notas fiscais fraudulentas, fornecidos pelos empresários. Os trabalhos, em sua maioria, sequer foram realizados.

Alguns desses serviços sequer seriam necessários, já que a Secretaria de Segurança Pública do Estado tinha contrato permanente, efetivado após licitação, com uma empresa para a manutenção predial da Academia Integrada da Segurança Pública, que abrange a ESP. Para a lavagem do dinheiro desviado, Reymunde adquiriu uma motocicleta BMW/G650 GS, que foi registrada no nome de Luiz Carlos Reis Lamego (com seu consentimento).

Os denunciados já haviam sido apontados pela Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) como responsáveis pelo pagamento adiantado de materiais não classificados como emergenciais (como cartazes e adesivos), que não foram encontrados na ESP em vistoria da Diretoria Administrativa da Susepe.

OPERAÇÃO

Em 15 de maio deste ano, a Promotoria de Justiça Especializada Criminal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo Capital cumpriram, em Porto Alegre, quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de sequestro da motocicleta. Os mandados foram cumpridos em duas residências e duas empresas. A investigação começou a partir de informações repassadas pela Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário e pela Procuradoria-Geral do Estado.



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