Justiça acata parecer do MP e mantém prisão dos responsáveis por túnel escavado em direção ao Central

Ao acolher parecer do Ministério Público, a Justiça determinou na sexta-feira, 26, a manutenção da prisão preventiva dos nove réus denunciados a partir da Operação Túnel Santo. A determinação ocorreu durante a última audiência da primeira fase do processo, no Foro Regional do Partenon. O MP foi representado pelo promotor de Justiça da Especializada no Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa, Marcelo Tubino. Foram ouvidas três testemunhas e nove réus foram interrogados. A expectativa é que, ao final desta semana, o MP receba os autos para a manifestação final, para posterior sentença do Judiciário.

Estão presos a cuidadora da casa onde foi escavado o túnel, o empreiteiro e os trabalhadores que cavaram o túnel, os chamados ‘tatus’. De todos, apenas dois têm antecedentes criminais. Na denúncia, a acusação do MP contra eles é de organização criminosa e facilitação à fuga de presos.

Durante a audiência de sexta-feira, testemunhas e réus esclareceram que a intenção, com o túnel, era que 1.050 presos de uma facção criminosa fugissem. Faltava aproximadamente 40m para a conclusão do plano de fuga descoberto em fevereiro deste ano. Para não despertar atenção das autoridades, a terra retirada era armazenada dentro dos imóveis. Os ‘tatus’ eram pagos com, no mínimo, R$ 1 mil semanais cada um, além de moradia em outra cidade, transporte até o trabalho e alimentação durante a escavação pagos pelos contratantes.

Equipamentos sofisticados como perfuratriz e ar condicionado para utilização na escavação foram apreendidos. As investigações foram realizadas pelo Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc), com trabalho conjunto da Justiça da Especializada no Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa.

Nos últimos dias, foram desencadeadas medidas da segunda fase da Operação Túnel Santo, que investiga os supostos beneficiários diretos da fuga.