Promotoria do Torcedor e presidentes da dupla Gre-Nal discutem ações para enfrentar violência nos estádios
A Promotoria do Torcedor se reuniu na tarde desta segunda-feira, 6, com os presidentes Romildo Bolzan, do Grêmio, e Marcelo Medeiros, do Inter, com o objetivo de buscar ações conjuntas para o enfrentamento dos atos de violência nos estádios. O encontro aconteceu na sede do Ministério Público, em Porto Alegre. Controle biométrico, formas de responsabilização dos envolvidos nos atos de violência e uma campanha de pacificação nos estádios estiveram em pauta.
“Todos temos a ganhar com esse debate, a ideia é trabalhar em conjunto para que as coisas saiam bem para todos”, destacou em sua fala o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais Fabiano Dallazen.
O promotor de Justiça Márcio Bressani, responsável pela Promotoria do Torcedor, abriu a reunião trazendo um relato do histórico do trabalho que o MP vem desenvolvendo nos últimos anos em relação aos atos de violência dentro e em torno dos estádios: “nós temos adotado as medidas judiciais pertinentes em relação à violência, responsabilizando os grupos, tanto coletiva como individualmente, por eventuais crimes cometidos, isso tudo no Juizado do Torcedor”, disse Bressani.
Na reunião, o promotor de Justiça afirmou que vai notificar os clubes para que digam, concretamente, quais as torcidas organizadas reconhecidas, quem são seus representantes, se há incentivos, se disponibilizam espaços físicos dentro da área do clube e de que maneira mantém a interlocução com estes grupos. A ideia é aprofundar o processo de depuração e responsabilizar adequadamente quem fugir das regras para o bom convívio nos estádios: “vamos aprofundar o limite das responsabilizações, o MP não descarta medidas mais graves a partir de eventuais reincidências”, afirmou Márcio Bressani.
Durante o encontro, os presidentes da dupla Gre-Nal também sinalizaram que estão dispostos a colaborar mais ativamente neste processo de depuração, ajudando na identificação dos responsáveis pelas torcidas e no afastamento de pessoas do quadro social que não estão adequados ao convívio.
O desenvolvimento de uma campanha educativa de pacificação nos estádios também entrou em debate. O objetivo da campanha é mostrar para os torcedores em geral que é importante que a rivalidade fique na disputa dentro de campo e não fora dele. Também chamar os torcedores para ir aos estádios numa ideia de não violência, em uma convivência pacífica. “Queremos que crianças, idosos, mulheres, aqueles torcedores que não estão tão habituados a frequentar os estádios, especialmente em função dos atos de violência, possam ir aos jogos”, afirmou o promotor de Justiça.