Denúncia contra vereador eleito de Alvorada e outros implicados em lavagem de dinheiro é aceita pela Justiça
Atendendo a Promotoria de Justiça de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa, a Justiça de Alvorada recebeu, no dia 7 deste mês, a denúncia ajuizada contra o vereador eleito por Alvorada, Vanio Presa, Ronaldo Ramos, a companheira dele, Daniela Gonçalves, o irmão do vereador e dono de uma das pizzarias usadas para lavagem de dinheiro do grupo criminoso, a companheira de Ronaldo, Patrícia Vieira de Mello, e Juliano Cassal Manenti, braço direito e assessor fantasma na Câmara, que trabalhava na verdade como pizzaiolo. A denúncia oferecida foi assinada pelo promotor de Justiça Marcelo Tubino.
Os réus foram investigados pela Operação Alderman (que significa vereador em inglês). Os quatro são acusados de cometerem o crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Apesar de Vanio Presa seguir foragido, o processo seguirá transcorrendo contra ele. O magistrado indeferiu os pedidos das defesas dos outros cinco para redução das fianças arbitradas.
As investigações iniciaram em março deste ano por envolvimento em diversos crimes. Em 8 de novembro, a Operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade, pizzarias, uma residência e veículos. As investigações foram fruto de um esforço conjunto das Promotorias de Justiça Criminal, Especializada e Eleitoral de Alvorada, do Grupo Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Inteligência do Ministério Público (Nimp).
Participaram da ação, coordenada pelos promotores de Justiça Marcelo Tubino e Rochelle Jelinek, o coordenador do Núcleo de Inteligência do MP, Diego Rosito de Vilas, e o coordenador do Gaeco Reginaldo Freitas da Silva.
O ESQUEMA
Segundo o apurado, o grupo criminoso chefiado pelo vereador, para disfarçar a origem do dinheiro proveniente de crimes licitatórios, contra administração, tráfico de drogas e agiotagem, colocava bens em nome de terceiros e utilizava pizzarias para lavar o capital. Estima-se que tenham sido lavados mais de R$ 1 milhão. O mandado de prisão decretado contra o vereador foi em virtude de tentativas de obstrução da investigação, além da garantia da ordem econômica, aplicação da lei penal e garantia da ordem pública. Ele foi afastado do cargo.
Ainda no dia da Operação, foi determinado bloqueio de bens do grupo criminoso em contas correntes, imóvel no litoral norte gaúcho e dois imóveis em Alvorada, além de cinco veículos. No campo da improbidade administrativa, o vereador já responde a ações judiciais de por fraudes em licitações, além de ser investigado por desvio de verbas de diárias e por possuir “assessores fantasmas”, que recebiam remuneração pela Câmara de Vereadores, mas trabalhavam nas pizzarias do vereador, que se apropriava de parte dos salários deles.