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Denúncia contra envolvidos na morte de médica é recebida pela Justiça

Denúncia contra envolvidos na morte de médica é recebida pela Justiça

marco

A denúncia do Ministério Público contra quatro implicados na morte da médica baleada durante assalto na Zona Norte da Capital, em Porto Alegre, foi recebida pela Justiça. David Moreira de Oliveira, Richard Correa Petry, Fabio Nunes Comunal e Bruno Luz de Oliveira foram denunciados pela Promotoria de Justiça Criminal Regional do 4º Distrito pelos crimes de latrocínio e fraude processual. Eles estão presos preventivamente. A denúncia foi oferecida dia 1º deste mês pela Promotora de Justiça Aline Machado Xavier. Graziela Muller Lerias, 32 anos, foi atacada na noite de 14 de agosto, quando parou seu carro na esquina das avenidas Ceará e Sertório. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Cristo Redentor na madrugada do dia seguinte.

O CRIME

O crime ocorreu quando os denunciados retornavam do Interior do Estado em um caminhão depois de encerrarem a venda de hortifrutigranjeiros. Na Avenida Sertório, os quatro desembarcaram do caminhão decididos a cometer um assalto. Graziela estava ao volante, parada diante do semáforo fechado na esquina com a Avenida Ceará. A irmã, Priscila, estava no banco traseiro com os cães da família. Richard Correa Petry tomou a dianteira e se aproximou do carro das vítimas, seguido por Davi Moreira de Oliveira e Bruno Luz de Oliveira, que lhe davam cobertura. Richard bateu no vidro com a coronha da arma e tentou abrir a porta, que estava travada, e os três gritaram: “sai do carro, sai do carro”. A seguir, Richard desferiu um disparo na abertura da porta, o que deu acesso à vítima Graziela e sua irmã, Priscila, arrancando-as do interior do veículo. Richard atirou mais duas vezes contra Graziela na região abdominal. Graziela, depois, foi jogada pelos denunciados para o meio da pista, enquanto que Priscila foi empurrada para junto do meio-fio. Graziela só não foi atropelada pelo fluxo de veículos intenso da avenida, quando o sinal do semáforo abriu ao trânsito, porque a motorista do carro detrás atravessou o próprio veículo na via para proteger a vítima até a chegada do Samu.

A FUGA

Com o veículo, o celular e os documentos da vítima, os três tomaram o rumo do bairro Restinga, seguidos por Fabio Comunal no caminhão como “batedor” do carro roubado. Os quatro reuniram-se em um galpão na Vila Côco, na Restinga, em que ficam os caminhões do homem para o qual fazem as compras de hortifrutigranjeiros na Ceasa e a venda em cidades do Interior. Naquela noite, entre 22h e 23h, Fabio Comunal, Richard Petry e Bruno de Oliveira esconderam o automóvel roubado da vítima na garagem do terreno da casa de uma ex-namorada de Fábio, onde ficaram tomando cerveja até irem embora numa Kombi.

A FRAUDE PROCESSUAL

Através do rastreador do iPhone da vítima, a família apurou a localização do celular e, possivelmente, do carro. No dia seguinte, no galpão onde ficam os caminhões, os quatro denunciados confraternizavam em um churrasco quando policiais civis estiveram no local e os levaram até a Delegacia para averiguações, liberando-os em seguida. Temerosos, Fabio Comunal, Richard Petry e Davi de Oliveira retiraram o Citroen roubado da garagem e o levaram para um lugar ermo no Beco do Chapéu, onde Richard Petry e Bruno de Oliveira davam cobertura a Fabio Comunal, que encharcou de gasolina o veículo, e a Davi de Oliveira, que ateou fogo com um isqueiro pela janela do carro. O veículo ficou carbonizado e Davi de Oliveira acabou ferido por queimaduras, o que suscitou, inclusive, atendimento médico. O incêndio é considerado fraude processual, já que alterou provas do processo contra eles.



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