Operação Gol Contra: MP ouvirá assessores do Deputado Jardel nesta terça-feira
Os assessores do Gabinete do Deputado Estadual Mário Jardel Almeida Ribeiro serão ouvidos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta terça-feira, 1º de dezembro. A intenção é ampliar as investigações da Operação Gol Contra, deflagrada pelo MP nesta segunda-feira, 30. Foram apreendidos documentos, celulares e notebooks em cumprimento de mandados de busca e apreensão no gabinete do Parlamentar (na Assembleia Legislativa do Estado), bem como nas residências dele, da mãe e do irmão, além do endereço do Chefe de Gabinete Roger Antônio Foresta, e das assessoras fantasmas Ana Bela Menezes Nunes e Flávia Nascimento Feitosa. O Deputado assinou um Termo Circunstanciado pela posse de drogas junto à Brigada Militar.
O Deputado Jardel está suspenso, por decisão do Tribunal de Justiça a pedido do MP, por 180 dias do exercício da função pública. Nos próximos dias, o material apreendido será analisado, os depoimentos serão cruzados com os documentos e será oferecida a denúncia ao TJ. Até o momento, foram detectados os crimes de peculato – desvio de verbas -, concussão – exigência de parte dos salários de servidores -, lavagem de dinheiro – pagamento do aluguel do irmão e da mãe, cartão de crédito da esposa do parlamentar – e fraude documental – notas fiscais e documentos da Assembleia falsificados.
Durante coletiva de imprensa, o Procurador-Geral de Justiça, Marcelo Dornelles, agradeceu o trabalho realizado pelo Gaeco, que se uniu à Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, e Sistema Integrado de Investigação Criminal (SISCrim). “Estamos aumentando o efetivo de trabalho e vários resultados já têm aparecido”, disse.
“O Parlamento gaúcho e o Presidente Edsom Brum, especialmente, agiram com a maior transparência possível, franqueou todas as possibilidades de acesso à Assembleia Legislativa, que foi absolutamente colaborativa em todos os momentos em que precisamos, seja no encaminhamento do cumprimento da suspensão, bem como nas buscas no Gabinete do Parlamentar”, ressaltou Marcelo Dornelles. Sobre as investigações, o Procurador-Geral de Justiça lembrou que “nós fomos apreendendo uma gama de coisas que a cada dia nos surpreendiam”. Sobre a suspensão do exercício da função pública, Marcelo Dornelles esclareceu que a medida se tornou necessária para cessar o desvio de dinheiro público e a extorsão dos funcionários, bem como para que os depoimentos sejam dados livremente.
O Coordenador do Gaeco, Flávio Duarte, explicou quais foram os crimes flagrados durante as investigações, que iniciaram em setembro deste ano. Foram diárias de viagens fictícias para Santana do Livramento, Santo Augusto, para o Litoral, além de Cuiabá e Fortaleza. O Deputado foi flagrado, em interceptações telefônicas, exigindo de seus assessores o pagamento do aluguel da casa onde moram o irmão e a mãe. Uma das assessoras fantasmas pagou uma conta do cartão de crédito da esposa de Jardel. Ainda, indenizações veiculares foram inseridas no sistema de pagamento da Assembleia como se fossem pela realização de viagens que não existiram.
Participaram da Operação Gol Contra, ainda, o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen; o Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, Luciano Vaccaro; o Coordenador do Gaeco Reginaldo Freitas e o Coordenador do SISCrim, Diego Rosito de Vilas, e o Promotor-Assessor Rodrigo Augusto de Azambuja Mattos.
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