Moradores de aldeia indígena são denunciados por tráfico de drogas
O Promotor de Justiça de Estrela André Costa denunciou, nesta sexta-feira, 21, cinco pessoas, quatro delas moradoras de uma aldeia indígena na Linha Glória, em Estrela, por tráfico de drogas. A cacique Maria Antônia Soares da Silva, 53 anos, o irmão dela, Adelar Soares, 27 anos, o filho da cacique, Adécio Soares de Souza, 25 anos, o comparsa Gelson de Oliveira de Lima, 63 anos, e o taxista Pedro Harth Neto, de 64 anos, transportavam, mantinham em depósito e vendiam crack e maconha dentro da aldeia.
Conforme as investigações do inquérito policial, desde outubro de 2011 até metade deste ano, o tráfico era capitaneado por Joel dos Santos, que foi assassinado em 10 de junho. O esquema foi mantido após a morte dele, chefiado pela cacique, que também fiscalizava quem podia entrar na aldeia para a compra de entorpecentes. A filha da cacique, uma adolescente, ficou responsável pelo transporte da droga a partir de Lajeado. O taxista Pedro Harth Neto levava usuários para dentro da aldeia e transportava a cacique e sua filha até Lajeado para buscar crack e maconha. Adelar Soares era o responsável pela recepção e venda da droga, enquanto Gelson de Oliveira Lima fazia, também, o armazenamento.
Maria Antônia Soares da Silva, Adelar Soares e Gelson de Oliveira Lima foram presos em flagrante em 24 de agosto deste ano, durante operação policial, e seguem recolhidos nas Penitenciárias Estaduais de Montenegro e Lajeado.
Além da venda de drogas, a quadrilha foi denunciada por associação para o tráfico. Os crimes foram praticados nas imediações da escola indígena ao lado da aldeia, o que caracteriza agravante previsto no artigo 40, inciso III, da Lei de Drogas. Além disso, os crimes incidem no previsto no inciso VI da mesma Lei, já que envolveram crianças e adolescentes na abordagem para a venda a usuários, além da atuação da filha da cacique no transporte.