Bento Gonçalves: júri condena réu por morte de casal
Em sessão do Tribunal do Júri de Bento Gonçalves ocorrida nesta quinta-feira, 16, foi condenado a 30 anos de prisão o réu Jesus Faustino Silveira, de 35 anos, pela morte da ex-esposa, Maria Terezinha Lambrecht, e do companheiro dela, Moacir Ribeiro. Segundo os jurados, os crimes foram cometidos com duas qualificadoras cada: no caso da mulher, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima; e do homem, para assegurar a execução de Maria Terezinha e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O promotor de Justiça Sávio Vaz Fagundes, que representou o MP em plenário, estuda recorrer para ampliação da pena.
O CRIME
Em 12 de agosto de 2010, Jesus Silveira desceu da carona de uma moto, com capacete, em frente à casa onde morava a ex-mulher com o companheiro, no bairro Juventude. Moacir apareceu no pátio e foi atingido por um disparo no peito. Ele tentou se refugiar dentro da residência, mas levou outros três tiros nas costas. O filho de Jesus com Maria Terezinha, que estava brincando na rua, viu o primeiro crime e foi a testemunha chave da acusação. A guarda do garoto foi concedida à avó materna e ele recebe acompanhamento psicológico.
Em seguida, Jesus entrou na residência e disparou duas vezes contra a cabeça da ex-companheira, que, assim como Moacir, morreu na hora. Conforme o Promotor de Justiça, uma semana antes dos crimes, houve uma audiência para pensão alimentícia da criança e partilha dos bens do casal – uma casa, onde morava Jesus -, mas o réu não compareceu. O motivo, portanto, foi financeiro.
Além do testemunho do menino, a perícia comprovou que as balas foram disparadas com a mesma arma, uma pistola, utilizada em duas tentativas de homicídio em Nova Prata ocorridas na madrugada do mesmo dia. Desses crimes, Jesus Silveira é réu confesso. O julgamento de Nova Prata está marcado para o próximo dia 3. Além disso, um laudo do Instituto Psiquiátrico Forense afirmava que o réu confessou ter matado duas pessoas em 2010.
ANTECEDENTES
Meses antes de morrer, Maria Terezinha havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça, tipificado na Lei Maria da Penha. Jesus Silveira já havia sido condenado por outro homicídio em Bento Gonçalves, e responde ainda por tentar matar a própria irmã. O réu já estava preso preventivamente na Penitenciária de Nova Prata – de onde tentou serrar as grades para fugir – pelos crimes de Bento Gonçalves e Nova Prata.
