Usuário de crack é condenado por homicídio em Caxias
O Tribunal do Júri de Caxias do Sul condenou Moisés de Almeida a uma pena de 23 anos de reclusão, em regime fechado, por homicídio qualificado e tentativa de homicídio duplamente qualificada. A sessão de julgamento durou cerca de oito horas. O Ministério Público foi representado em plenário pela promotora de Justiça Sônia Eleni Corrêa Mensch.
O CRIME
Motivado pelo uso do crack, Moisés matou, no ano de 2007, um adolescente que aparteou briga entre ele e o pai. O réu tinha 19 anos na época dos fatos e usava crack desde os 11. Após o uso da droga, entrou em luta corporal com o pai, Pedro Fogaça, desferindo nele alguns golpes. Em seguida, golpeou mortalmente o adolescente Rafael da Silva, que tentou intervir na briga. O adolescente, que atuava como empacotador em uma rede de supermercado, era meio-irmão do réu e não tinha qualquer antecedente criminal.
MORTE VENDIDA A VAREJO
Em plenário, a Promotora de Justiça fez um alerta sustentando que o uso do crack tem disseminado a venda da morte a varejo. “Ao contrário de uma medicação gota a gota, usada em hospital e que salva a vida no final, o uso do crack, de pedra em pedra, está matando a varejo”, disse Sônia Mensch, acrescentando que “antes de matar, a droga ainda deixa sequelas”.
Conforme a Promotora, antes de ter sido levado a júri, Moisés foi submetido a teste de insanidade mental para detectar se era inimputável ou não. Entretanto, foi considerado responsável por seus atos e como um réu que ostentou frieza na prática do crime.
Os trabalhos foram presididos pelo juiz Emerson Jardim Kaminski. Atuou na defesa o defensor público Edson Ortiz.