Ação pede ressarcimento de meio milhão em tarifas portuárias não pagas
A Promotoria de Justiça Especializada de Rio Grande ajuizou ação civil pública pedindo que a empresa Serra Morena Corretora Ltda. faça o ressarcimento ao erário público de R$ 512 mil. A quantia é o que a empresa deixou de pagar para a Superintendência do Porto do Rio Grande – Suprg por ocasião da importação de um guindaste. A ação também pede a anulação de um termo de compromisso firmado entre a Suprg e a empresa. O documento isentou a Serra Morena de pagar determinadas tarifas portuárias.
O CASO
A empresa importou um guindaste Libherr LHM 320, através do Porto do Rio Grande, administrado pela Suprg. No momento de cobrar tarifas portuárias, a autarquia, depois que já havia um tanto de imposto de importação a incidir, firmou, em julho de 2005, o termo de compromisso com a empresa concedendo a ela a suspensão do pagamento pelo prazo de 15 anos, enquanto o equipamento estivesse em operação no Porto do Rio Grande. Depois deste prazo, o pagamento ficaria isentado. No entanto, após cinco anos, a empresa foi autorizada pela Suprg a deslocar o guindaste para um porto localizado no estado do Espírito Santo.
INTERESSES PRIVADOS
“É verdadeiramente aviltante que, num país de miseráveis, a autarquia simplesmente abra mão de receber tarifa portuária no montante de mais de meio milhão de reais, tudo a atender os interesses de empresa privada”, enfatiza, na ação, o promotor de Justiça José Alexandre da Silva Zachia Alan. “Tudo vai às raias do absurdo ao se permitir a frustração do acordo de suspensão antes entabulado a que a demandada possa unicamente a atender seu interesse de lucrar”, agregou. Conforme o Promotor, o termo assinado pela empresa e a autarquia feriu os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade administrativa.