Ministra israelense palestra sobre aproveitamento de água na irrigação
A Ministra da Agricultura para a Região Central de Israel, Sara Eyal, palestrou sobre o uso da água para irrigação no país, nesta sexta-feira, 23, na sede do MP em Porto Alegre.
Estiveram presentes, no auditório Marcelo Dario Muñoz Kufner, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, procuradora de Justiça Marta Leiria Leal Pacheco; os promotores de Justiça de Taquara, Ximena Cardozo Ferreira; de Viamão, Anelise Stifelman; e Santo Antônio da Patrulha, Reginaldo Freitas da Silva.
Durante a abertura do evento, o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre Alexandre Saltz reiterou a importância de se discutir novas formas de combate à falta de água no Rio Grande do Sul. “Qualquer escassez de recurso hídrico é problema ambiental. Fomos buscar a expertise de quem conhece e trabalha isso há muito tempo”, ressaltou.
Sara Eyal é natural de Porto Alegre, mas vive em Israel há 48 anos. É a primeira mulher a exercer a função. Ela iniciou a palestra mostrando um vídeo sobre as técnicas de alta tecnologia utilizadas na produção primária. “A agricultura deve ser dirigida como a indústria”, afirmou. A escassez de recursos hídricos é crônica no país, com chuvas distribuídas em apenas três meses no ano. No entanto, a perspectiva é que não falte mais água em Israel em 2014, segundo projeções do Ministério.
“Quanto mais automatização que pudermos produzir, estamos implantando na agricultura. Tudo é automático, quase não tem mão-de-obra”, contou. Sara Eyal relatou que as culturas, que vão desde grãos até frutas tropicais e flores, são irrigadas por meio da dessalinização – processo iniciado em 2004 -, água proveniente de Estações de Tratamento de Efluentes e água tratada, que vem do Mar da Galiléia e dos aquíferos litorâneo e serrano. A água proveniente do aqueduto nacional fornece irrigação pressurizada, com a quantidade exata necessária para as culturas fornecida por meio do gotejamento. “Não perdemos uma gota de água, e todo o processo é pneumático, sem eletricidade”, enfatizou. “No Rio Grande do Sul, onde chove 1,4 mil milímetros por ano, é lógico que haja coleta e seja usada na época de seca”, analisou.
Em 1955, uma fazenda alimentava 15 pessoas. Hoje, são aproximadamente 100 pessoas. Isso por conta da maior utilização de tecnologia. A produção por metro cúbico de água consumida aumentou quatro vezes nos últimos 50 anos. “Terras e água são bens públicos, distribuídos por cota. Se uma família usa água acima do limite, o serviço é cortado”, relatou. Para economizar ainda mais, é também intensa a agricultura protegida, em estufas, onde o gasto é 20% inferior. Eyal finalizou dizendo que a chave para o sucesso é “a cooperação, a tecnologia e a pesquisa e extensão o tempo todo”.
Participaram, ainda, o vice-cônsul de Israel em São Paulo, Amit Mekel; o rabino Ariel Oliszewski; o secretário de Estado adjunto da Agricultura, Cláudio Ferrarezze; a procuradora do Estado Maria Patrícia Mallmann; a integrante da Comissão de Direito Ambiental da OAB, Cinthia Schimidt; o diretor de Operações da Corsan, Ricardo Röver Machado; o coordenador do Conselho de Meio Ambiente da Fiergs, Torvaldo Antônio Marzolla Filho; o presidente da Associação Riograndense dos Estagiários na França, José Citrin; e o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira.