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Inaugurado Centro de Triagem de Resíduos no Presídio Central

Inaugurado Centro de Triagem de Resíduos no Presídio Central

marco

“É uma coisa muito boa, para remir a pena e não passar o dia desolado. A gente vai ter atividade física e ainda aprender uma profissão. Porque, como dizia minha vó, mente vazia é oficina para coisas ruins”, contou o detento Carlos Adriano da Silva Lamerão. Aos 38 anos, ele já cumpriu 3 anos e seis meses de pena em regime fechado por tráfico de drogas. Ao cidadão de Pontaporã (MT), faltam seis meses para voltar para casa. Mas, como exercerá função no Centro de Triagem de Resíduos do Presídio Central, inaugurado nesta quarta-feira, 21, a cada três dias trabalhados, um será reduzido da pena. Além disso, ele receberá um salário – parte será aplicado pelo Estado em uma poupança e o restante irá para os familiares. Serão dez apenados que começam, nesta quinta-feira, 22, às 14h, uma capacitação.

O trabalho iniciou a partir de uma investigação da promotora de Justiça da Comissão de Execuções Criminais, Cynthia Jappur. A denúncia referia-se à falta de luvas para a separação dos resíduos no Presídio Central. A partir desse problema, surgiu a ideia de criar o Centro de Triagem. Uma parceria foi desenvolvida entre o Ministério Público, a Associação Comunitária Campo da Tuca (que receberá dos detentos aproximadamente quatro toneladas de garrafas pet por mês), o Instituto Vonpar (que financiou o projeto, com custo total de R$ 31,5 mil, suficientes para a compra da prensa, balança e equipamentos de segurança, e continuará dando consultoria técnica), a Faculdade de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (que executou o projeto), a Brigada Militar (que construiu o Centro) e a Fundação de Apoio ao Egresso do Sistema Penitenciário (que irá encaminhar os apenados, devidamente registrados na profissão de catadores, à vagas no mercado formal de trabalho).

Durante a inauguração do Centro de Triagem, nesta quarta-feira, 21, Cynthia Jappur ressaltou que esse passo é importante para a saúde, tanto do meio ambiente quanto dos presos. “O mais importante é que os presos mostraram que querem trabalhar, que apostam em uma profissão. É possível, sim, construir uma sociedade melhor, mais segura e integrada”, disse. A Promotora informou, também, que o MP irá buscar apoiadores para implantar projetos semelhantes em outros presídios no Rio Grande do Sul.

Participaram da solenidade o diretor do Presídio Central, tenente-coronel Leandro Santini Santiago; o presidente do Instituto Vonpar, Rodrigo Vontobel, e o coordenador do projeto pelo Instituto, Leo Voigt; o representante da Associação do Campo da Tuca, Antônio Matos; os integrantes da EPR Consultoria – empresa júnior da Engenharia de Produção da Ufrgs –, Cassiano Pizeta e Thomaz Schuch; a coordenadora da Faculdade de Engenharia da Produção, Ângela Daniklevicz, e a presidente da Faesp, Tânia Souza, além de representantes da Susepe.



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