MP e Corsan estudam uso de água reutilizável para irrigação
Em visita à Corsan nesta sexta-feira, 16, os promotores de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Viamão, Anelise Grehs Stifelman, e de Porto Alegre, Alexandre Saltz, discutiram um projeto piloto para utilizar a água proveniente das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) da autarquia na irrigação de lavouras. Os Promotores foram recebidos pelo diretor de operação, Ricardo Machado, e pela superintendente de tratamento, Catarina De Luca De Lucena.
Saltz relacionou a proposta à necessidade de, cada vez mais, gerenciar o uso de recursos hídricos. Experiências semelhantes foram conhecidas durante visita técnica de comitiva gaúcha a convite do consulado de Israel. “Lá, 80% do efluente tratado é disponibilizado para a irrigação, o que atende à demanda de toda a produção daquele país”, afirmou. Anelise Stifelman, por sua vez, lembrou que “os subprodutos hoje são desperdiçados, e podem ser utilizados para a melhoria tanto do meio ambiente quanto do desenvolvimento econômico sustentável”.
De acordo com Ricardo Machado, a água reutilizável contém índices de nitrogênio e outros compostos, que podem, inclusive, reduzir os custos das lavouras. E conforme Catarina De Lucena, “comparando a água bruta captada do Rio Gravataí com a água tratada, as análises mostram que a proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto é de melhor qualidade”.
Para a viabilização do projeto, serão realizadas reuniões com a Fepam e Instituto Riograndense do Arroz (Irga) nas próximas semanas. A Corsan possui 65 ETEs no Estado. As com maior vazão são as de Cachoeirinha (400 litros por segundo), Santa Maria (260 l/s) e Rio Grande (200 l/s). Os locais do projeto piloto ainda estão sob análise.