Promotor pede à Justiça decretação da prisão do PM que matou tenista
Para garantir a ordem pública e a conveniência da instrução criminal, o Ministério Público requereu à Justiça de São Leopoldo que seja decretada a prisão preventiva do policial militar Paulo Sérgio de Souza, denunciado pela morte do tenista Thomás Feltes Engel, 16 anos, em setembro de 2001. Diante de uma platéia de universitários do curso de Direito da Faculdade Ritter dos Reis, em Canoas, o PM, atualmente na reserva, foi um dos palestrantes de seminário sobre "Abordagem Policial", onde acabou admitindo erro na morte do rapaz.
Para o promotor de Justiça Sérgio Luiz Rodrigues, o quadro é de "escancarado deboche, tão reprovável como seu comportamento na data do crime". O objetivo do acusado, para o Ministério Público, é influenciar - pela descrença - a opinião pública, justamente quando o julgamento pelo Tribunal do Júri se avizinha. "Busca o réu, fora do processo e alheio ao debate contraditório, de forma indisfarçável, fomentar opinião pública simpática a sua tese, seja ela qual for, pois dentro do processo dela não se tem notícia", diz Rodrigues.
Sérgio Rodrigues disse que diante da indiferença do réu ao seu processo e a sua vítima, e da "arrogância de se eleger palestrante de uma técnica da qual comprovadamente não dispõe, o acusado coloca em risco a seriedade da aplicação da lei e a certeza social de que, de fato, esta lei, que pune o matar alguém, poderá ser aplicada ao réu". O Ministério Público sustenta, ainda, que o inusitado incidente protagonizado pelo réu "atinge a comunidade, alcançando aqueles que irão julgá-lo, na condição de jurados, como o Poder Judiciário, desacreditando-o frente aos cidadãos, e a serenidade de testemunhas que poderão ser arroladas para depor em plenário".
(Jorn. Marco Aurélio Nunes)