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Audiência pública debate políticas de atenção aos idosos

Audiência pública debate políticas de atenção aos idosos

grecelle

Mais de cem pessoas, entre representantes dos Conselhos Municipais de Idosos, Prefeituras, Associações, ONGs, Governo do Estado, Faculdades e Conselhos Profissionais participaram da audiência pública proposta pelo Ministério Público denominada “Fortalecer a rede de proteção da pessoa idosa”, que debateu as políticas públicas de atenção aos idosos no Rio Grande do Sul. Os debates ocorreram no Palácio do MP durante a manhã de hoje. A partir desta terça-feira, 1º, inicia a consulta pública pela internet, no endereço www.mp.rs.gov.br, onde haverá um formulário para que sejam enviadas propostas de atuação do MP no setor.

“É ouvindo as pessoas que trabalham com idosos e que estudam os problemas que conseguimos detectar a real dimensão da situação, para poder amenizar os transtornos”, concluiu o promotor Adrio Gelatti, organizador do evento e gerente do projeto “Idosos em ILPI's: Garantia de Direitos em Foco!”. “Vamos filtrar todas as sugestões. As que não se transformarem em projetos do Ministério Público serão enviadas para os órgãos que tem a atribuição de aplicá-las. As Secretarias de Justiça e Direitos Humanos e da Educação se colocaram à disposição e certamente iremos procurá-las para propor políticas públicas e tentar desenvolver projetos em parceria”, reiterou.

Durante a abertura do evento, a promotora de Direitos Humanos de Porto Alegre, Christianne Caminha, reforçou que o trabalho do MP é paulatino, “até chegar ao ponto de podermos dizer que respeitamos o direito ao envelhecimento”. O juiz Roberto Arriada Lorea, da Comissão de Direitos Humanos da Ajuris, ressaltou que existem ainda muitas Instituições de Longa Permanência de Internação (ILPIs) a serem vistoriadas, e que “a política de proteção à violência contra o idoso deve ser aprimorada”.

O desembargador e representante da Comissão de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça do Estado, Umberto Sudbrack, falou que é “fundamental o exemplo dos idosos para as crianças. Os que tiveram vida ética exemplar são justamente os modelos para os jovens”. Já o secretário adjunto de Justiça e Direitos Humanos, Miguel Velasquez, ratificou que a participação da pasta na audiência era justamente para ouvir as reivindicações da sociedade. “O governo é parceiro das estratégias que deverão ser traçadas a partir de agora pelo MP”, esclareceu.

Entre as propostas, foi destacada a necessidade de que o SUS tenha médicos geriatras na atenção básica, que as políticas públicas existentes sejam disponibilizadas no meio rural; que os cuidadores de idosos tenham cursos de capacitação; que seja feito um cadastro único das ILPIs; que haja mais Delegacias de Polícia do Idoso (há só duas no RS, em Porto Alegre e Santa Maria, com estrutura reduzida e demanda superior, só na Capital, a 2 mil denúncias por mês); que as fiscalizações nas casas que abrigam idosos sejam mais frequentes. Também sugeriu-se que haja interferência junto aos planos de saúde, para evitar aumentos nas tarifas depois que o cliente completa 60 anos e que o poder público atue junto aos bancos para evitar o endividamento de idosos com empréstimos consignados às aposentadorias.

Após a apresentação, o promotor criminal de Bento Gonçalves, Gílson Borguedulff Medeiros, classificou como importantes as contribuições, como a instituição de centros-dia (modelo debatido em Passo Fundo). O promotor destacou, também, a criação, naquela cidade, do Balcão do Idoso, um espaço de atendimento, curso de cuidadores, e a distinção entre entidades asilares e
terapêuticas.

Participaram, ainda, integrantes da Defensoria Pública, Delegacia do Idoso de Porto Alegre, Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre, Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUC-RS, Federação Gaúcha de Idosos, Instituto Nacional da Próstata, Susepe, Emater, Conselho Estadual do Idoso, entre outros.



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