Fiscalizações em casas geriátricas melhoram a vida de pessoas
Em fiscalizações realizadas pelo Ministério Público desde 2009, 1.118 idosos que estavam internados em Instituições de Longa Permanência (ILPI) nas cidades de Cachoeira do Sul, Gravataí e Montenegro tiveram suas vidas melhoradas. Foram vistoriadas 40 delas. Dessas, quatro encerraram as atividades após a detecção de problemas de infraestrutura.
Na cidade de Cachoeira do Sul, há 18 ILPIs cadastradas. Dessas, 15 foram vistoriadas, e o fechamento de uma delas está em análise pela promotora de Justiça Giani Saad. Já foram cadastrados 366 idosos ou pacientes com sofrimento mental residentes, e faltam cerca de 250 pessoas, que vivem em três instituições que ainda não foram vistoriadas.
Em Gravataí, há 19 ILPIs, sendo que duas foram interditadas por causa das péssimas condições de higiene. Conforme a promotora de Justiça Débora Menegat, houve melhora efetiva a partir das fiscalizações. No total, 159 idosos ou pacientes com transtornos psiquiátricos foram cadastrados. Em Montenegro, entre maio e junho deste ano, foram feitas seis vistorias em ILPIs, todas privadas. Dessas, duas encerraram as atividades, e foi concedido prazo para comprovação do destino das pessoas acolhidas. Dos 132 idosos, 71 pessoas, ou 57%, são independentes, e 48 totalmente dependentes. O levantamento encabeçado pelo promotor de Justiça Thomas Coletto dá conta, ainda, que foram encontradas 32 pessoas internas com menos de 60 anos, todas com transtornos mentais, o que representa 20% do número total de residentes.
Entre os problemas comuns às casas geriátricas das três cidades, foram relatados casos de superlotação, falta de comida e higiene, pouca infraestrutura nos quartos, bem como internos sem atendimento médico psiquiátrico ou psicológico nas instituições, somente através do SUS. A partir das vistorias, as ILPIs regularizaram seus serviços e estruturas. As próximas metas são a capacitação dos cuidadores e adequação do número de profissionais exigido pela legislação, o resgate de vínculos familiares, a valorização das atividades ocupacionais, de lazer e culturais, e o fortalecimento e aprimoramento da política pública de proteção ao idoso. A promotora Débora Menegat lembrou que, como meta, “as casas deverão ter como foco um trabalho social desenvolvido para que sejam um espaço de garantia de direitos, e não só depósito da velhice”.